Moradores temem que a implantação da nova linha e biarticulado mude a estrutura da Praça do Japão e afete a segurança dos usuários| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A implantação do Ligeirão Norte-Sul – que deve ligar o Terminal Santa Cândida à estação Bento Viana, no Batel, ainda no primeiro semestre de 2018 – preocupa os moradores do entorno da Praça do Japão, que será circulada pelos biarticulados e sofrerá algumas alterações devido à mudança. Um abaixo-assinado eletrônico foi organizado pela comunidade nos últimos dias e, até a manhã desta sexta-feira (9) contava com quase 2 mil assinaturas. Além disso, o Conselho de Segurança do Batel (Conseg-Batel) entrou com uma ação no Ministério Público do Paraná (MP-PR) pedindo a reabertura de uma ação civil publica que garanta que qualquer alteração na praça seja feita mediante aprovação em audiências públicas.

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A manifestação online foi organizada pela cartorária aposentada Aray Gracia, de 55 anos, que teme pela estrutura da praça. “Os biarticulados são muito grandes, então não conseguem circular a praça do jeito que ela está. É possível que cortem árvores e que até destruam um dos lagos. Nós não queremos isso”, pontuou.

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Assim como ela, a educadora ambiental Rosangela Diniz, 60, também vê com receio as mudanças. “Sabemos que a linha vai ajudar milhares de pessoas, mas ela deve acontecer com o menor impacto possível, e isso precisa ser estudado com muito cuidado”, solicitou.

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Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), os moradores podem ficar tranquilos, pois a estrutura da praça não sofrerá alterações. De acordo como órgão da prefeitura, será necessário apenas uma correção geométrica na via que permitirá ao Ligeirão realizar o retorno no local e compartilhar, temporariamente, a pista de veículos na Avenida Sete de Setembro.

A obra acontecerá no triângulo de ligação entre a Praça do Japão e a Avenida República Argentina, onde parte da área será retirada para a passagem dos ônibus. Com a mudança, a Feira dos Orgânicos que acontece toda quinta-feira no espaço mudará de lugar. Além disso, o estacionamento de carros será proibido ao redor da praça e o ponto de taxi também será transferido para as proximidades.

Projeção mostra como vai ficar a praça após a obra 
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A prefeitura ressalta que também não haverá instalação de novas estações-tubo na praça, pois o embarque e desembarque de passageiros ocorrerá nos mesmos tubos que já atendem as outras linhas que passam pelo trecho. Elas estão localizadas na Avenida Sete de Setembro, a cerca de 250 metros da praça.

Segurança

Ainda que a estrutura da Praça do Japão não seja alterada, moradores da região como Acef Said, que também é presidente do Conselho de Segurança do Batel, acreditam que ela interferirá no dia a dia da população e pode colocar milhares de usuários da praça em risco. “Como vão garantir que esses ônibus trafegarão em baixa velocidade? Diariamente, muitas mães com crianças e inúmeros turistas passam por aqui. A segurança deles deve ser garantida”, solicitou.

O administrador Cesar Ricardo Divardin, 59 anos, é morador da região há dez anos e concorda. “Já é difícil atravessar a rua caminhando ou andando de bicicleta. Imagine depois que os ônibus começarem a passar. Vai ser difícil”, lamentou. Para evitar esses problemas, a prefeitura de Curitiba afirma que serão instaladas novas placas de sinalização no local e que os coletivos trafegarão com velocidade máxima de 30 km/h.

Said não se contenta com essas promessas e acredita que alterações envolvendo segurança da população deveriam ser apresentadas previamente aos moradores para análise. “Para realizar qualquer obra, o curitibano precisa de diversas licenças da prefeitura e, em alguns casos, até dos estudos de impacto de vizinha. Por que, então, a prefeitura não faz isso também?”, questiona.

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De acordo com o Ippuc, essas audiências públicas já aconteceram antes e durante a execução do projeto, pois a obra iniciou em 2011 e foi concluída em 2014. “É uma infraestrutura pronta que está ociosa há quatro anos”, informou, em nota. Com isso, a instituição explica que não há nada novo sendo implantado, ou seja, não há necessidade de novas audiências públicas ou debates.

36 mil beneficiados diariamente

A Linha Norte-Sul, em sua primeira etapa, utilizará 11 quilômetros de canaletas e também as obras de pavimentação, reforma das estações e semaforização que custaram R$ 16 milhões em recursos públicos antes de 2014. Agora, elas passarão a ser utilizadas e a prefeitura acredita que 36 mil passageiros por dia serão beneficiados.

Além disso, a estimativa é que as viagens no percurso entre os terminais do Norte da cidade até o Batel sejam aproximadamente 20 minutos mais rápidas, o que ajudará passageiros como Floripa dos Santos, 65. Cozinheira em duas residências no entorno da Praça do Japão, ela utiliza seis ônibus diariamente para realizar o trajeto entre o município de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, e o bairro Batel. “Estou muito animada com a mudança porque 20 minutos é bastante tempo pra quem anda de ônibus e será muito mais prático pra nós, usuários do transporte público”, garantiu.

O ganho de tempo acontece porque o Ligeirão terá oito pontos de parada, enquanto a linha atual, que também continuará em funcionamento, possui 16. Ainda segundo