Foto: Marco Charneski/Tribuna do Paraná| Foto: /

Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por envolvimento na morte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas. A entrega da denúncia por parte do promotor João Nilton Salles à Justiça ocorreu na tarde desta terça-feira (27). Nem todas participaram das agressões e do assassinato do atleta. Saiba quais foram os crimes de cada um dos acusados.

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Entre as novidades nas acusações, que não tinham sido previstas pelo delegado que fez o inquérito, encontram-se a denúncia de Cristiana Brittes por homicídio qualificado por motivo torpe, e a denúncia da testemunha Evelyn Brisola por falso testemunho e denunciação caluniosa.

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Quanto à Cristiana, o promotor explica que decidiu denunciá-la principalmente por uma situação específica que aconteceu na casa dos Brittes, no dia da morte de Daniel. “Ela acompanhou quando o espancamento começou, e mais: ela aponta e determina que essas pessoas deveriam terminar de fazer aquilo [a violência] fora da casa”. Para o promotor, isso seria suficiente para incriminá-la. Não há como avaliar se Cristiana teria dado a ordem apenas por desespero, por exemplo, “porque aí entraríamos em uma análise muito subjetiva”, afirma Salles.

Já Evellyn, a moça de 19 anos que ficou com Daniel na festa, foi denunciada pela tentativa de responsabilizar Eduardo Purkote de ter agredido fisicamente o jogador - o que não ocorreu. O promotor não conseguiu esclarecer se a jovem teria mentido por receber ameaças ou simplesmente por motivos próprios. Isso deverá ser avaliado pela Justiça,

Além disso, todos os sete foram denunciados por corrupção de menor, devido à presença de uma adolescente de 17 anos no local. A denúncia também inclui que os envolvidos cometeram fraude processual, no momento em que limparam o sangue da casa e ocultaram provas.

“Senso de justiçamento”

Em coletiva de imprensa na tarde desta terça, o promotor João Nilton Salles cravou o que foi o gatilho para o crime: “foi um senso imediato de justiçamento ao ver Daniel na cama com Cristiana”. Mas o promotor considera de extrema importância que fique claro que não houve estupro. “O estupro está descartado desde o início, com toda certeza. Em nosso trabalho a gente tem que se pautar muito em questões éticas e morais, e a memória desse rapaz não pode se atribuir a um crime horroroso”, declara.

Sobre o motivo para Daniel estar na cama de Cristiana, Salles avalia tratar-se de um comportamento dentro da normalidade diante do clima de liberdade da festa. Segundo o promotor, outras pessoas chegaram a deitar para descansar em camas e sofás da casa. Também existem indícios que apontam que o banheiro do quarto de Cristiana estaria sendo usado por todos os presentes, mostrando que o cômodo era de livre acesso aos convidados.

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Salles comenta ainda o comportamento de Cristiana e Edison Brittes como pais. Na visão do promotor, eles permitirem que a festa se estendesse da boate à casa, com jovens num ambiente festivo, regado a bebidas, após o amanhecer do dia, foi um ponto determinante para a forma com que a situação terminou.

O processo agora segue para a 1.ª Vara de Justiça Criminal, que deverá decidir se aceita ou não as denúncias. Em caso afirmativo, os envolvidos se tornarão réus no processo.

Confira as acusações contra cada um deles:

Edison Brittes Junior

Coação de testemunhas

Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, impossibilitar a defesa da vítima)

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Ocultação de cadáver

Fraude processual

Corrupção de adolescente

Cristiana Brittes

Homicídio qualificado por motivo torpe

Coação de testemunhas

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Fraude processual

Corrupção de adolescente

Allana Brittes

Fraude processual

Coação de testemunhas

Corrupção de adolescente

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David Willian da Silva

Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, impossibilitar a defesa da vítima)

Ocultação de cadáver

Fraude processual

Corrupção de adolescente

Ygor King

Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, impossibilitar a defesa da vítima)

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Ocultação de cadáver

Fraude processual

Corrupção de adolescente

Eduardo Henrique da Silva

Homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, impossibilitar a defesa da vítima)

Ocultação de cadáver

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Fraude processual

Corrupção de adolescente

Evelyn Brisola

Denunciação caluniosa

Fraude processual

Corrupção de adolescente

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O que dizem as defesas dos denunciados

A defesa de Evellyn Brisola afirma que desde o início a jovem tentou ajudar no processo. O advogado de Edison, Cristiana e Allana Brittes, Claudio Dalledone Junior, informou que vai emitir uma nota sobre a denúncia do MP-PR. A defesa de Ygor King e David da Silva disse que só vai se manifestar depois de ter conhecimento formal da denúncia. Já a defesa de Eduardo da Silva diz que o Ministério Público se baseia em suposições para fazer a denúncia e que os fatos serão esclarecidos.