O número de mortos em confronto com as forças policiais mais do que dobrou entre 2017 e 2018 em Curitiba e Região Metropolitana. Balanço divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), força-tarefa comandada pelo Ministério Público do Paraná junto com as polícias Militar e Civil, mostra que vítimas de ações policiais na capital e nos municípios vizinhos saltaram de 71 em 2017 para 157 no ano passado. O número representa praticamente metade do total de 327 casos registrados em todo o Paraná no mesmo período.
Divulgados anualmente desde 2015, os dados são compilados pelo Gaeco com base em todas as ocorrências atendidas pelas polícias Militar e Civil e pelas guardas municipais. Também entram no cálculo situações em que a família nega confronto antes da morte, como a que envolveu o jovem Ruhan Luiz Machado, 20 anos, morto a tiros pela Polícia Militar (PM) em outubro de 2018 no bairro Cajuru, em Curitiba. A situação gerou uma onda de protestos com diversos ônibus incendiados pelos moradores do bairro, o que levou a Polícia Civil a abrir investigação e a PM a afastar os policiais envolvidos no caso.
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Somente a capital paranaense concentrou 76 das 327 mortes em circunstâncias de confrontos e supostos confrontos ao longo de 2018 no Paraná. Em comparação com o ano anterior, quando houve 47 vítimas, a soma de ocorrências cresceu 60% no em Curitiba- apontada pelo novo comandante da PM, coronel Péricles de Matos, como uma das capitais mais seguras do país. De todas as 157 mortes por confrontos em Curitiba e Região Metropolitana no ano passado, 152 envolveram a PM, três a Polícia Civil e dois a Guarda Municipal.
Na região metropolitana, os municípios que mais tiveram desfechos trágicos em ações policiais foram São José dos Pinhais (21); Colombo (12); Araucária (10); Almirante Tamandaré (7); Pinhais (7); Piraquara (6); Fazenda Rio Grande (6) e Quatro Barras e Campo Largo, onde houve cinco casos em cada um dos municípios.
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Segundo o Gaeco, o crescimento das mortes em confrontos policiais está diretamente ligado ao aumento da violência nos grandes centros urbanos. “As razões para esse crescimento, obviamente, são muito complexas, mas uma das primeiras destas razões é o nível de violência das cidades que também está aumentando”, observou o coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça Leonir Batisti.
Conforme Batisti, também não se pode desconsiderar uma frequência maior de chamados para atendimentos policiais e nem mesmo despreparo e, em alguns casos, até mesmo a intenção dos agentes. “Não está fora da questão que policiais acabem introjetando a ideia que a população tem em relação a eles, de que se esse morto fosse boa pessoa estaria trabalha e não assaltando”, ressalta.
Paraná
Durante todo o ano de 2018, o Paraná teve 327 mortes em confronto com as polícias, 52 a mais que em 2017 – um aumento de 18,9%. No ano todo, houve 312 mortes em confrontos com policiais militares, 12 em confrontos com policiais civis e três com guardas municipais.
Fora Curitiba e região metropolitana, entram na lista das cidades com mais registros Londrina (23); Foz do Iguaçu (10); Cambé (7); Maringá (7); Candói (5); Cascavel (5); e Guarapuava (5).
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