A Polícia Civil investiga se o atropelamento de um passageiro provocado por um motorista do aplicativo 99 POP no domingo (9), no bairro São Braz, em Curitiba, foi intencional. A vítima de 29 anos, identificada como Jean Ricardo Martins Cavalli, está internado em coma no Hospital Evangélico. No Boletim de Ocorrência (BO), a esposa do atropelado disse que o motorista, Rafael Antonicomi, passou com o carro por cima do marido após uma discussão, iniciada porque o jovem vomitou no carro durante a corrida. A defesa do suspeito contesta a versão da família.
O BO foi feito no fim da manhã deste domingo na 8.º Distrito Policial, no bairro Portão, onde funciona o plantão da Polícia Civil aos finais de semana. No relato, a esposa de Cavalli disse que eles saíam de uma festa na sede social do Paraná Clube, na Avenida Kennedy, na Vila Guaíra, quando pediram o carro pelo aplicativo.
No trajeto até o bairro São Braz o rapaz, que estava embriagado, vomitou no carro, o que causou uma discussão entres os passageiros e o motorista. Ainda de acordo com a mulher, Antonicomi não só quis mudar a rota prevista como disse que queria R$ 200 pela limpeza que teria que fazer no banco do automóvel.
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O relato que consta no documento diz ainda que a briga chegou ao auge quando o casal chegou em casa. Enquanto a mulher permaneceu no carro, o marido desceu e chutou a parte de trás do veículo. Foi quando o motorista fez a volta e teria, então, atropelado o homem de propósito.
A ambulância do Siate foi chamada para prestar socorro às 5h. A vítima foi encaminhada em estado grave ao Hospital Evangélico. De acordo com informações do hospital, o homem segue em coma e sedado. Ele está internado no Setor de Alto Risco do pronto-socorro.
Apesar de o BO ter sido registrado no 8º Distrito Policial, a investigação será feita no 12º Distrito Policial, em Santa Felicidade - região em que ocorreu o atropelamento. O inquérito policial será instaurado e os envolvidos deverão ser ouvidos nos próximos dias.
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Em nota, a 99 POP comunicou que já recebeu a denúncia e que o motorista foi bloqueado da plataforma. A empresa se colocou à disposição para colaborar com a polícia e acrescentou que “se solidariza com a vítima e está em contato com a família para prestar todo o apoio que for necessário”.
Defesa diz que versão é diferente
O advogado Igor José Ogar, que defende o motorista, contesta a versão da família. Segundo ele, o atropelamento foi acidental, e, além disso, Antonicomi teria sido agredido várias vezes por Cavalli durante o trajeto.
De acordo com o advogado, as discussões começaram depois que Antonicomi avisou o casal sobre a cobrança da taxa de limpeza. Cavalli não teria aceitado e começou a agredir o motorista. Ao sair do carro, o jovem ainda teria chutado o veículo e tentou fugir.
Na versão da defesa, o atropelamento ocorreu depois que a mulher desceu do carro e o motorista começou a seguir em direção a Cavalli. O motorista estava prestes a acionar a Polícia Militar quando o passageiro surgiu em frente ao carro, sem que desse tempo de frear e evitar a batida. A defesa não explicou porque o motorista não prestou socorro.
Leia a nota da defesa do motorista na íntegra
Os fatos não aconteceram da maneira que foi relatado esposa do sr. Jean Ricardo, de que o sr. Rafael Antonicomi teria conduzido seu veículo dolosamente com o propósito de atropelar o sr. Jean Ricardo;
Primeiramente, importante salientar que, antes da acidental colisão e ainda dentro do veículo, o sr. Jean Ricardo agrediu injustamente o sr. Rafael Antonicomi e, ao sair do veículo, o sr. Jean Ricardo ainda danificou o seu veículo com um chute, danificando seu instrumento de trabalho, e se evadiu do local; e
Após essas sucessivas agressões, contra sua pessoa e contra seu patrimônio, e tendo em vista a evasão do sr. Jean Ricardo, o sr. Rafal Antonicomi manobrou o seu veículo com a finalidade de acompanhá-lo, evitando sua fuga, momento em que, infelizmente, ocorreu a colisão acidental.
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