A Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC) busca doações para ajudar a custear o tratamento de uma mula, resgatada no último sábado (1.º), em Araucária, na RMC. A ação, que resultou na apreensão do animal, foi resultado de uma denúncia feita à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, e foi feita em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Araucária e a Sociedade Protetora.
Curupira, como foi batizada pelos agentes após ser resgatada, tem uma fratura e um processo infeccioso em sua pata traseira direita, e passará por cirurgia na tarde desta quinta-feira (7). Apesar de contar com a boa vontade e o auxílio do hospital veterinário Equivet, de Piraquara, Soraya Simon, presidente da Sociedade Protetora, revela que o custo a ser pago é alto para o tratamento do animal. “Arcamos com o transporte, com os exames, já são mais de mil reais de custos. Tem ainda a cirurgia, acompanhamento. Não é barato e, por mais que o hospital nos ajude, eles não podem fazer de graça também”, revelou.
Em casos como esse, de animais de grande porte, geralmente a interferência da Sociedade Protetora é menor, já que sua estrutura não comporta bichos deste tamanho. Mas como foi uma emergência, Soraya revela que a instituição foi procurada pelo próprio órgão fiscalizador. “[Foi] a secretaria que nos procurou por intermédio da delegacia. Como a situação era uma emergência, a gente se responsabilizou, até por não ter outra alternativa para o animal. Quando um bicho precisa, a gente assume e dá um jeito de se arrumar”.
Renata Padilha, agente de fiscalização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Araucária, ressalta a importância da entidade para a ação e para o destino do animal. “Eles foram de grande ajuda, porque aqui na secretaria a gente não teria um destino e eles prestaram esse auxilio”, afirmou.
De acordo com Soraya, o estado de saúde da mula é bom, sua recuperação deve ser plena e interessados já procuraram o órgão para pleitear a adoção do animal. “Está internada e assim que tiver alta segue para adoção. Já temos gente interessada, mas precisamos esperar o tratamento ser concluído”, sentenciou.
Crime
Segundo Soraya, o responsável pelo animal resgatado agora responderá pelo crime de maus-tratos ao animal, conforme decreto lei N° 24.645/34, que prevê pena para todo aquele que violar o artigo 3º, item V: “abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência veterinária”.
O processo está em andamento na Delegacia do Meio Ambiente e, segundo Soraya, o ‘dono’ foi notificado anteriormente e chegou a desdenhar da fiscalização. “O que revolta é que o responsável foi notificado, duas vezes, a procurar atendimento veterinário para o animal. Ele simplesmente não providenciou nada, dizendo que não ia acontecer nada com ele. Foi multado e agora deve responder ao processo”.
E a Sociedade Protetora afirma que irá colaborar com tudo que puder para resolver o caso e garantir a punição ao responsável. “Vamos entregar os laudos dos exames e se o juizado achar pertinente, vamos colaborar como testemunhas sim”, concluiu.
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