| Foto: Divulgação Sesp/

No jargão policial, carcaça é sinônimo de determinação. É justamente isso que buscam os inscritos no Curso de Operações Táticas Especiais (Cote), que qualifica agentes a integrar o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), grupo de elite da Polícia Civil do Paraná e referência no Brasil em ações de alto risco que envolvem reféns. O curso qualifica policiais do estado a integrar o Tigre, que em maio chegou receber agentes do Raid, grupo especializado em terrorismo da Polícia Nacional da França.

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A qualidade técnica do curso de formação do Tigre é tamanha que atrai até policiais civis de outros quatro estados, além de um policial militar e um policial rodoviário federal. “Esse curso é conhecido em todo o Brasil, um dos mais respeitados. Isso me qualifica a voltar ao meu estado para atuar nesse tipo de ações e também para transmitir o conhecimento”, destaca o delegado Júlio Cesar Ribeiro, da Polícia Civil do Piauí - a Secretaria de Segurança Pública não permite entrevista e nem a publicação de fotos que identifiquem os investigadores e os candidatos a ingresso no Tigre para preservar a segurança dos agentes e não atrapalhar as investigações.

Veja fotos da ação simulada do TIGRE

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Concluir o Cote não é tarefa fácil. Tanto que dos 109 inscritos, apenas 35 conseguiram ingressar no curso. Desses, apenas 16 estão na fase final. Oito são policiais civis do Paraná - cinco que já eram do quadro do Tigre, mas que não podiam participar de ações táticas justamente por não terem feito o Cote; os outros três serão incorporados ao grupo.

A exigência psicológica, física e técnica para atuar em operações que envolvem tiros precisos em condições altamente estressantes, técnicas de rapel para escalar paredões, uso de bomba de gás de efeito moral e outras técnicas muito específicas fazem com que a maioria seja reprovada ou desista. “O policial do Tigre tem que estar bem treinado taticamente, fisicamente e com aptidão psicológica para trabalhar sob pressão. Esse é o perfil”, destaca o delegado-operacional do grupo, Cristiano Quintas.

A última fase do curso, que, entre outras atividades, envolveu a simulação do resgate de reféns em um ônibus no Aeroporto do Bacacheri, durou três dias em que os candidatos foram testados à exaustão. “O aluno é colocado à prova em várias situações, tudo buscando verificar a condição psicológica e física. Isso que a gente procura, se a pessoa tem essa rusticidade”, argumenta Quintas.

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Para Quintas, a média de metade dos policiais formados no Cote é normal pelas exigências da formação, em especial das técnicas de ações táticas. “Em 2014, que foi o curso que eu fiz, foi a mesma coisa. É normal, porque os cursos de operações especiais são muito difíceis e acabam eliminando muita gente pelo caminho”.

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Quintas lembra ainda do impacto que atuar pelo Tigre tem também na vida pessoal do policial que escolhe trabalhar no grupo. “A nossa atribuição no Tigre é atuar em situações de sequestro. Então várias vezes saimos de casa sem saber quando vamos retornar, sem poder dormir, muitas vezes sem poder se alimentar por estar em um local ermo, sem condição de sair”, ilustra.

Sétima turma do COTE se prepara para iniciar a ação simulada.
Turma de formandos em formação de pelotão.
Pelotão em formação de apresentação.
Começo da invasão do ônibus usado na simulação de sequestro.
Ação de simulação de sequestro em curso.
Secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, faz o laureação da sétima turma da COTE
Sétima turma da COTE após ação simulada.
Secretário Wagner Mesquita e instrutores do curso posam para foto com pelotão da sétima turma.