O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) estima que o ligeirão Norte-Sul chegará ao Terminal do Capão Raso em 2019, finalizando assim a conclusão da segunda etapa do projeto. A primeira etapa já foi concluída e a nova linha vai trafegar entre o terminal do Santa Cândida e a Praça do Japão, a partir do próximo 28 de março, em menos paradas do que as atendidas pelo expresso comum. O instituto ressalta que as duas linhas continuarão a operar paralelamente.
O início das obras desta segunda etapa depende agora de o Ministério das Cidades liberar os R$ 15 milhões já aprovados pela Caixa Econômica Federal. O segundo trecho do ligeirão teria paradas nos pontos de maior fluxo de passageiros, que são: Petit Carneiro, Sebastião Paraná, Vital Brasil e Hospital do Trabalhador. Neste esquema, a estação-tubo Herculano de Araújo, a última antes de chegar no terminal do Capão Raso, seria desativada. O instituto ressalta, contudo, que pode haver mudanças e redefinições ao longo da execução.
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O dinheiro no aguardo de ser liberado será usado para alterar o eixo de transporte da Avenida República Argentina, entre os bairros Água Verde e Capão Raso. Já se sabe que as intervenções serão para permitir ultrapassagem nas estações Silva Jardim, Dom Pedro I, Morretes, Carlos Dietzsch (Igreja do Portão) e Itajubá.
Na parte já certa, que entra em operação no fim do mês, os pontos atendidos serão, além do terminal Santa Cândida e o tubo final, a estação Bento Viana, os terminais Boa Vista e Cabral e as estações Passeio Público, Central (Praça Santos Andrade), Eufrásio Correia e Oswaldo Cruz. Pelos cálculos da prefeitura, a parada em menos estações encurtará o trajeto entre o Santa Cândida e a Praça do Japão em 20 minutos.
100 mil por dia
A expectativa é de que quando o trecho até o Capão Raso começar a funcionar cerca de cem mil passageiros sejam atendidos pelo ligeirão. O cálculo já absorve os 36 mil usuários que serão beneficiados com o trajeto entre o Santa Cândida e a Praça do Japão - espaço que centralizou os debates sobre as obras da primeira etapa já concluídas porque precisou de intervenções que não agradaram os moradores da região.
O assunto foi parar na Justiça depois que o Ministério Público pediu a suspensão das obras, alegando falta de transparência no processo. Além disso, moradores que criticaram a falta de diálogo se manifestaram contra as obras que alteraram os limites da praça. Houve protesto e até mesmo bate-boca com o prefeito Rafael Greca (PMN), que, mais tarde, chegou a falar que a oposição às obras era coisa “ de madame”.
Ao fim, a Justiça acabou negando o pedido de paralisação por entender que a paralisação dos trabalhos poderia ocasionar prejuízos ao projeto, à população e aos cofres públicos, já que cerca de R$ 16 milhões chegaram a ser investidos.