A transferência do módulo da Polícia Militar (PM) do Passeio Público para o prédio da antiga sinagoga ao lado da Praça Santos Dumont, no Centro de Curitiba, só vai acontecer em 2018. A promessa era que a mudança acontecesse em dezembro, mas as obras de adequação do local começaram somente neste mês.
Segundo a PM, a previsão é que os trabalhos no prédio sejam finalizados já no início do novo ano, com a mudança do módulo acontecendo depois do mês de fevereiro. O custo total da obra está estimado em aproximadamente R$ 1 milhão, valor desembolsado pelos proprietários do prédio. A corporação não explicou o porquê da mudança no prazo.
Mesmo com o atraso, porém, o otimismo em relação à mudança é grande, já que ela atende a uma reivindicação antiga da comunidade e dos comerciantes da região, que pedem maior concentração de policiais no local. “A gente entra e sai do trabalho com medo e, quando preciso pegar ônibus à noite, sempre um rapaz da empresa me acompanha porque não dá pra andar sozinha aqui”, afirma a jovem Taynara Gomes, 24, que trabalha como agente de reservas em um hotel da região.
Assim como ela, o técnico de manutenção Fábio Murillo de Souza, 35, sabe que não pode “bobear” ao redor da praça, pois assaltos e tráfico de drogas são comuns por ali. “Esses dias eu estava passando pela praça e vi um cara oferecendo maconha na rua. Ele gritava como se estivesse vendendo um produto qualquer”.
Hóspedes dos hotéis localizados na região também ficam preocupados com a situação e muitos evitam sair dos quartos durante a noite. Segundo Eric Nilson Moreira, coordenador de recepção do Caravelle Palace Hotel, turistas já foram assaltados próximo à praça e muitos são aconselhados por taxistas a não caminharem sozinhos pela região central. “Eles ficam amedrontados porque sabem que a violência é algo geral atualmente”, afirma.
Já melhorou
No entanto, o empresário Virgílio Savarin, 58, afirma que apenas as notícias a respeito da instalação do módulo policial na antiga sinagoga já repercutiram positivamente e diminuíram a violência na região. “Acho que os bandidos se assustaram com isso porque melhorou bastante este ano”, garantiu o empresário responsável pela Savarin Music.
Alexandre Pedron, 37, concorda. Segundo ele, em 2016 a incidência de assaltos e problemas relacionados ao uso de drogas na região era bem maior. “Ano passado, um funcionário nosso foi assaltado ao chegar no trabalho e sempre tinha gente usando drogas na porta da nossa empresa”, afirmou o proprietário da Padrão Embalagens. Mas a situação já mudou. “Está mais tranquilo e esperamos que os problemas sejam resolvidos com a mudança da PM pra cá”, completou.
Por isso, os moradores e comerciantes da região acompanham diariamente as obras na antiga sinagoga com a expectativa de que a reforma seja concluída em breve. “Vemos que os pedreiros estão pegando firme. Então, acredito que a polícia já estará atendendo por aqui em fevereiro”, almeja Savarin.
Já em relação à estrutura do Passeio Público, que foi cedida pela prefeitura de Curitiba para a PM, continuará sendo usada pela polícia como apoio. A corporação, porém, não informou se ainda haverá algum tipo de atendimento à população no parque.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas