Um novo semáforo instalado no bairro Juvevê, no cruzamento entre as ruas Alberto Folloni e Rocha Pombo, em Curitiba, está dividindo opiniões de moradores e comerciantes antes mesmo de ser inaugurado. O equipamento faz parte das obras de contrapartida de um supermercado inaugurado no bairro em 2010 e que gera bastante movimento na região. Mas enquanto alguns defendem a implantação como solução para acabar com as colisões constantes , há quem acredite que o trânsito poderia ser resolvido com medidas mais baratas - como uma faixa elevada, por exemplo.
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O novo equipamento foi instalado em uma região onde, além de duas escolas e um supermercado grande, há dezenas de comércios, o que torna o trânsito intenso especialmente em horários de pico. “Passa muito pedestre, gente com compras, criança de uniforme. Às vezes é difícil para eles atravessarem”, conta Valdecir da Silva, de 48 anos, proprietário de um salão de cabelereiros em frente ao novo semáforo.
Segundo Silva, o local é conflituoso também para quem dirige: “A visibilidade é meio ruim, então vive tendo batidinha leve entre carros que fazem conversão. No dia 13 desse mês, contei cinco dessas batidas pequenas”, explica.
O proprietário especula que o motivo da instalação é a inauguração de um novo prédio do Ministério Público do Paraná (MP-PR) nas imediações. Apesar de ter frente para a rua Marechal Hermes, o edifício tem uma saída de garagem na Alberto Folloni, logo ao lado de onde o sinaleiro foi colocado. “Acho que vai facilitar bastante a movimentação de veículos da garagem do MP, por isso foi bom que colocaram o sinal”, opina Silva.
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Porém, de acordo com a Superintendência Municipal de Trânsito (Setran), a implantação do semáforo trata-se de uma medida mitigadora de responsabilidade do supermercado, que fica a poucos metros do novo aparelho e gera bastante movimento na região. Isso significa que, apesar da empresa se responsabilizar pelos custos e execução da obra, o projeto foi feito pela prefeitura, conforme explicou a rede.
Desnecessário?
Para quem costuma caminhar por ali, no entanto, a ideia de implantar o semáforo é boa, mas não se tratava de nenhuma situação urgente. É o que pensa Maria da Silva, aposentada de 57 anos que mora a algumas quadras do supermercado - onde costuma ir diariamente. “Tenho que passar pelo cruzamento com a Rocha Pombo para chegar na loja. É claro que a sinalização vai facilitar, mas não chega a ser perigoso de atravessar as ruas”, avalia Maria, que nunca presenciou acidentes com pedestres.
O sinaleiro fica a cerca de 35 metros de outro semáforo, na esquina entre as ruas Alberto Foloni e a rua Dep. Mário de Barros. A proximidade entre os dois é um dos motivos para Marcos Bizinelli, de 57 anos, comerciante e morador da região, duvidar do potencial do novo aparelho. “A impressão que dá é que o trânsito vai ficar ainda mais travado do que já é, além de com certeza ter sido uma obra muito mais cara do que outras soluções possíveis”.
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Segundo Bizineli, as batidas entre os veículos não ocorreriam se a caixa amarela - sinalização no asfalto que proíbe os motoristas de pararem nos cruzamentos - estivesse com a pintura em dia. Já para resolver as demandas dos pedestres, a proposta do comerciante é que ao invés de um semáforo, fosse instalada uma travessia elevada: “Talvez no fim o semáforo acabe funcionando, temos que esperar para ver. Mas na minha experiência de 25 anos trabalhando e morando aqui, uma travessia resolveria o problema”, conclui.
A Setran informa que ainda não há data para que o aparelho comece a funcionar, já que etapas como compra do controlador semafórico e colocação da sinalização horizontal ainda não foram iniciadas.