A inauguração da nova sede da Igreja Universal do Reino de Deus em Curitiba, marcada para este domingo (26), com a presença do bispo Edir Macedo, deve mexer com a estrutura da região do bairro Rebouças. A perspectiva de comerciantes ao redor é um lucro a mais nos caixas, já que o Templo Maior será capaz de abrigar, em cada uma das celebrações, cinco mil pessoas. Mas tanta gente assim também pode complicar o trânsito ao redor, que não foi readequado, conforme exigência da prefeitura, e terá restrições e acompanhamento apenas no primeiro dia de cultos.
A partir da próxima semana, o templo terá reuniões todos os dias, em quatro horários: 7h, 10h, meio-dia, 15h e 19h30. Enquanto na atual sede, na Avenida Sete de Setembro, a capacidade de púbico é de 1.654 pessoas, a nova sede terá cinco mil assentos em Igreja cuja área construída chega a 41,5 m².
Caixa Zero: Sete fatos que explicam o templo da Universal em Curitiba (e o poder político da igreja)
“Vai ser muita gente mesmo. Dá até para imaginar que vai dar um fervo grande na rua, ao redor de tudo. Isso aqui já virou um grande tumulto quando foi colocada a pedra fundamental no terreno. Foram umas 50 mil pessoas aquela vez. Pensa agora que deve vir gente de todos os lugares”, reflete o frentista Carlos Silva, de 48 anos, que trabalha em um posto de combustíveis em frente à igreja.
O comentário de Silva resume a preocupação de várias outras pessoas que moram ou trabalham na região. Até semana passada, muitos ainda não sabiam ao certo se haveria esquemas de controle de trânsito no dia da inauguração e tampouco conseguiam pensar no grande fluxo de carros e pedestres depois, nos cultos normais.
Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), uma reunião nesta segunda-feira (20) entre a pasta e membros da Universal definiu um esquema para diminuir os impactos no trânsito no domingo.
A determinação é de que, no dia, os fieis ficarão proibidos de estacionar nas vagas das ruas João Negrão, Engenheiros Rebouças e Piquiri e também na Avenida Getúlio Vargas. A medida abrange as vias apenas na extensão da quadra onde fica o templo - que conta com 650 vagas em seu estacionamento interno. Para que a regra seja cumprida, a organização da igreja vai isolar a área com cones. Já os ônibus de caravanas foram liberados para estacionarem na Avenida Dario Lopes dos Santos.
Leia também: Templo da Igreja Universal em Curitiba divide opiniões por estilo
No domingo, voluntários da igreja vão ajudar a controlar o tráfego ao redor e também deverão atuar na orientação de pedestres, para que nenhuma via precise ser interrompida por causa do grande movimento de pessoas.
Já a partir de segunda, não haverá quem monitore carros ou pedestres, o que causa apreensão entre moradores porque o trânsito de pedestres deve permanecer intenso. Conforme a Universal, a expectativa é de que 140 mil pessoas passem por mês pelo local.
“Vai ser uma bagunça se não tiver nada para controlar. Aqui passa ônibus, carro direto. Com muita gente, será que vai mudar? Tem que ter planejamento, se não vai ser um caos total”, questiona Franciele Silva, de 30 anos, que trabalha em um bar na região.
Mais vendas
No entanto, a mãe de Franciele, Maria Helena da Silva, de 62 anos, vê de outra maneira a chegada do Templo Maior nas proximidades da Engenheiros Rebouças. Ela é dona de um bar em frente a uma das quatro saídas do prédio e, desde semana passada, já pensava em como aumentar o estoque de sucos, refrigerantes e águas do estabelecimento.
De acordo com a proprietária, a capacidade da igreja de atrair fieis vai impactar diretamente no caixa do bar, que não anda muito bem ultimamente. “Se vier tudo o que a gente está esperando, vai dar para vender bem. Por isso eu espero que dê bastante movimento mesmo, não só no dia, mas em todos os dias”, enfatiza.
Por causa da nova estrutura, o espaço ao redor também já começou a crescer. De olho no público da Universal, uma loja de roupas sociais para homens abriu uma nova loja na Engenheiros Rebouças. A gerente do estabelecimento, Adriana Soares, de 29 anos, conta que a loja acompanhou a mudança da sede do Templo, já que o antigo endereço também ficava estrategicamente perto da Igreja da Sete de Setembro. “Viemos junto porque sabemos que aqui vai ter um resultado muito bom. O que vendemos aqui é bem voltado para quem frequenta a Igreja, então decidimos abrir aqui”, conta.
No dia da inauguração, o Templo Maior terá cultos às 7h, às 10h e às 18h. As reuniões serão abertas a todos, sem necessidade de qualquer convite.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião