Os curitibanos abusaram das infrações de trânsito no ano passado. Em 2017, o número de motoristas que tiveram sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cassada foi quase quatro vezes maior do que no ano anterior. Foram 2.663 pessoas que perderam o direito de dirigir contra apenas 714 em 2016, segundo dados do Detran-PR.
E esse não foi o único número que subiu. O total de habilitações suspensas também aumentou, saltando de 22.112 para 28.957 — um crescimento de quase 24% em apenas um ano.
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Só que o aumento de cassações não é um fenômeno unicamente curitibano. Na verdade, segundo levantamento do Detran, o número de carteiras cassadas subiu em todo o Paraná. No estado, o total de motoristas que vão precisar refazer suas CNH quase dobrou, indo de 3.893 em 2016 para mais de 8 mil no ano passado.
De acordo com o chefe de divisão de penalidades de CNH do órgão, Erick Costa, esse aumento é reflexo de uma maior fiscalização combinada à falta de consciência dos motoristas no trânsito. Só nas estradas federais que cortam o Paraná, a Polícia Rodoviária Federal flagrou mais de 453 mil infrações, incluindo algumas que geram suspensão e cassação imediata da CNH, como dirigir alcoolizado ou sem habilitação.
Suspensão x Cassação
A suspensão acontece quando o condutor acumula 20 pontos na carteira no período de 12 meses ou comete alguma infração que o impeça de dirigir durante um período, como não prestar socorro em acidente ou realizar rachas. Nesse caso, o motorista precisa entregar sua CNH ao Detran e ficar sem dirigir em um período que pode ir de dois a oito meses. Já a cassação é um pouco mais drástica e o condutor deve ficar dois anos sem poder guiar um carro, precisando refazer todo o processo para tirar uma nova CNH.
O problema, segundo Costa, nem todo mundo obedece essas punições. “Mesmo com a CNH suspensa e entregue no Detran, as pessoas continuam dirigindo. A nossa recomendação é para que elas não façam isso e sigam as regras de trânsito”, diz.
Foi o que aconteceu com o arquiteto curitibano Giancarlo Rocco, de 36 anos. Ele teve a carteira cassada em 2012, quando uma série de multas por excesso de velocidade resultou, primeiro, na suspensão da habilitação. “Eu continuei dirigindo sem entregar minha carteira para o Detran, até que caí numa blitz e tive a carteira cassada”, conta. O arquiteto ficou mais de dois anos sem conduzir um automóvel, entre as idas e vindas do processo administrativo de cassação.
Esse tempo serviu de lição. “Depois que recuperei a carteira, há quase três anos, eu nunca mais levei uma multa. Serviu de lição para eu andar na linha”.
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