A violência no Centro de Curitiba tem feito com que muitos comerciantes prefiram fechar as portas a continuar esperando por uma solução para a falta de segurança. Na Rua Dr. Faivre, por exemplo, o empresário Rogerio Casagrande, 50 anos, já contabiliza cinco furtos em sua loja de acessórios automotivos só em 2018 e, exatamente por isso, decidiu encerrar as atividades.
O episódio mais recente aconteceu na madrugada de domingo de Páscoa (1.º), quando bandidos invadiram a loja e levaram praticamente tudo, incluindo um cofre com dinheiro em espécie, documentos, equipamentos de trabalho e até o carro de um cliente, que teria sido usado para o transporte dos itens roubados. Os ladrões não perdoaram nem mesmo um botijão de gás e alguns pacotes de açúcar.
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Segundo Casagrande, os invasores chegaram a cortar a energia elétrica do prédio para não disparar o alarme da loja. “Eles cortaram a energia e a empresa de segurança me ligou, mas disse que a bateria que temos aguentaria até voltar. Só que os bandidos tiraram a bateria e aí cortou geral a energia, não havia mais monitoramento”, conta o empresário. Eu fiquei sabendo pelo vizinho, que ouviu barulhos. Eles arrombaram o portão na saída e fugiram com o carro de lá de dentro. Até bebidas eles consumiram dentro da loja”.
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Esta não é a primeira vez que ele é alvo de ações assim. No início do ano, outra invasão à sua empresa rendeu um prejuízo de mais de R$ 40 mil. De acordo com Casagrande, daquela vez, os ladrões entraram pela porta da frente. Já na madrugada deste domingo, eles usaram um estacionamento desativado que fica ao lado para ter acesso à loja.
As prateleiras das vitrines ficaram completamente vazias e o comerciante precisou abrir mão do empreendimento da família por conta dos inúmeros prejuízos que não foram evitados nem com a contratação de uma empresa de monitoramento. “Levaram de tudo e roubaram absolutamente tudo, e eu não vou conseguir comprar isso novamente. O que me chateia, de verdade, é que nós lutamos muito e acabamos perdendo pro sistema. Minha decisão é concreta e chega”, desabafa. “Eu vou lutar de novo, pra levarem tudo de novo? Eu tinha três funcionários e agora famílias estão na rua desempregadas, eu também estou desempregado. Não sei o que vou fazer da minha vida”.
Não há dados específicos que quantifiquem os crimes realizados nos comércios da Rua Doutor Faivre, mas não é difícil encontrar outros lojistas com reclamações semelhantes na região. Em fevereiro, o jornal Tribuna do Paraná já havia passado pela rua e relatado o problema de segurança no trecho que fica a poucos metros da Reitoria da Universidade Federal do Paraná. Na época, a Polícia Militar havia informado que estava “atuando diuturnamente com o efetivo e os meios materiais que possui”.
Nesta terça-feira (03), a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (sesp) disse, em nota, que os roubos estão sendo investigados pela Polícia Civil através da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba. Segundo a pasta, “o número de roubos a comércio na cidade de Curitiba caiu 28,3% em 2017 e em todo o Paraná a redução foi de 27,6% no ano passado”. Em relação ao número de roubos a comércios na capital, a Sesp afirma que houve uma redução de 23% entre janeiro e fevereiro em relação ao mesmo período de 2017.
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