Ao lado da neta Laura e da esposa Eloize, Tito espalhava sua generosidade por onde passava| Foto: Arquivo da família
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Embora tenha nascido em São Paulo, Artur Augusto Rodrigues Júnior, filho dos portugueses Artur e Marta, viveu uma infância quase que bucólica na Curitiba da década de 1960. Recebia pão e leite na porta de casa, mas tinha no leiteiro uma paixão, especialmente por sua carroça. Tito, como era conhecido, faleceu aos 61 anos no dia 6 de junho, após uma luta intensa contra um câncer.

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Junto das três irmãs, seguia com o leiteiro no trecho entre sua casa, no antigo Capanema, até o espaço onde hoje fica o Jardim Botânico. Estudou no Colégio Medianeira, na época uma escola só para meninos, mas isso não o impediu de encontrar nas redondezas aquela que seria sua companheira por toda a vida. Ficava de olho no colégio ao lado, o Esperança, só de meninas, e ali descobriu Eloize. Amigos contam que davam cobertura para o namoro entre os dois pela grade entre os colégios. A relação durou quase 50 anos e dela vieram as duas filhas, Carolina e Giovana.

Enfrentou muitos desafios na carreira. Como analista de sistemas, trabalhou no Banestado, teve empresas na área de tecnologia e informática e prestou serviços para grandes empresas e órgãos públicos, como Detran-PR e HSBC. Na última década, a repercussão de seu trabalho o levou a ser convidado para assumir alguns cargos públicos. Foi gerente de tecnologia da informação da Sanepar entre 2012 e 2014 e diretor de governo eletrônico da Prefeitura de Florianópolis, entre 2018 e 2019.

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Na década de 1980, Artur ajudou a fundar junto com a comunidade local a Associação dos Moradores do Capanema, hoje Jardim Botânico, e participou ativamente da construção da Igreja Nossa Senhora de Lourdes. Recentemente, tornou-se ministro da eucaristia do Santuário do Perpétuo Socorro, contribuindo com as celebrações e as tradicionais novenas da igreja.

Torcedor fervoroso do Coritiba, gostava de tirar sarro dos amigos quando o time do coração estava por cima. Entre os hobbies estava viajar para conhecer novos lugares. Cuidava bem do corpo, nunca abriu mão de fazer exercício físico, seja musculação ou caminhada.

Rodeado por mulheres toda vida, ainda ganhou de presente a neta Laura, filha de Carolina e o genro Bruno. “Com três mulheres em casa, nunca foi fácil e ele adorava. Sua presença sempre foi muito leve e companhia sempre única. Pessoa do bem, generoso, humano, carinhoso, bondoso, alegre, calmo, e o seu único defeito era acreditar que todos eram como ele”, relata Giovana.

Adorado, pela criançada, era visto por todos como o tio brincalhão, escolhido como padrinho de batismo de quase todos os primos – e os poucos que não eram afilhados também o chamavam de padrinho. Em Pontal do Sul, na casa da família, colocava todas as crianças no fundo da casa, apagava todas as luzes e brincava de aterrorizar as crianças, acendendo apenas uma lanterna dentro da boca, se dizendo “o famasta”. A brincadeira ainda é lembrada por todos com carinho.

Em uma das últimas ações, ao lado da esposa, Artur arrecadou 3 toneladas de alimentos para a comunidade Vila das Torres às vésperas da Páscoa. Foram 160 cestas básicas doadas para quem mais precisa.

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Deixa esposa, duas filhas e uma neta.