Quem utiliza a BR-277 para acessar os bairros Uberaba e Cajuru, em Curitiba, precisa de muita paciência. Obras de pavimentação e alargamento da rodovia bloqueiam a trincheira da Avenida Jornalista Aderbal Gaertner Stresser e forçam motoristas a utilizarem acessos secundários que não são capazes de escoar o alto tráfego em horários de pico. Como resultado, longas filas, muita espera e pouca orientação do que pode ser feito para escapar do nó que se forma na região.
A situação é mais complicada Rua Atílio Piotto, que dá acesso à chamada Trincheira da Linha Férrea. Como esse é o último retorno após o bloqueio, quem precisa cruzar a rodovia acaba tendo de enfrentar a bagunça que se forma por ali. É um trecho curto, com pouco mais de 500 metros, mas que se transforma em uma enorme confusão pela quantidade de veículos que chega pela marginal e pelas ruas que vêm do Uberaba. O entra e sai de um hipermercado recém-inaugurado que fica nessa mesma quadra é apenas um adicional nessa equação do caos.
Por ser uma via estreita e de mão dupla, os motoristas levam mais de 10 minutos para cruzar um caminho que, em dias normais, não duraria mais do que um minuto. Isso faz com que a fila que rapidamente se forma chegue à BR-277, com carros parados no acostamento aguardando para acessar a marginal. E quem consegue cruzar a trincheira tem pouco o que comemorar, já que o fluxo na Rua Olindo Caetani é tão complicado quanto, principalmente na esquina com a Deputado Acyr José, que dá acesso à pista da rodovia que segue no sentido Curitiba.
De acordo com o comerciante Roger dos Santos, que trabalha no início da rua Atílio Piotto, essa confusão se repete todos os dias desde que o acesso à Rua dos Funcionários foi bloqueado, no último dia 11. E a situação é sempre pior nos horários de pico. “É assim sempre pela manhã, ao meio-dia e no fim da tarde. Mas não tem muito o que fazer. Tem que ter paciência”, pondera.
Para Santos, a situação fica verdadeiramente ruim quando ônibus e caminhões chegam da BR-277 para entrar no Uberaba, precisando cortar a fila de carros. “Se ele precisa fazer essa curva mais aberta e manobrar, aí a coisa complica de verdade”, conta. Apesar da confusão diária, porém, o comerciante conta ter visto um único acidente até agora na região.
Falta de orientação
A principal crítica, contudo, não é apenas o nó que se forma em torno da estreita Trincheira da Linha Férrea, mas da falta de orientação de agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), principalmente nos horários de maior movimento. E, de fato, a reportagem da Gazeta do Povo esteve no local das 17h30 às 18h15 e presenciou a confusão que se forma no local, mas não encontrou ninguém ligado à prefeitura controlando o tráfego de quem chega ou sai dos bairros para acessar a trincheira ou a rodovia.
De acordo com o gerente de planejamento da operação de trânsito da Setran, Pedro Darci, os agentes estão indo para a região da obra para ajudar no escoamento do trânsito, “mas só em horários de pico”. “Eles vão de manhã e no fim da tarde. São quatro agentes e que alternam de lado da pista”, explica. Segundo ele, a Setran já previa que a obra na Avenida Jornalista Aderbal Gaertner Stresser complicasse o trânsito nos acessos secundários e considera o tráfego “dentro do aceitável”.
Darci sugere aos motoristas que precisem fazer esse contorno pela BR-277 que utilizem a trincheira da rua Sebastião Marcos Luiz, antes do bloqueio. O gerente da Setran explica que é por ali que os desvios estão sendo feitos. “[O trânsito] está mais carregado, é claro, mas não está intransitável”, afirma.