Oferta de cursos profissionalizantes está suspensa em 12 Liceus do Ofício

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Doze Liceus do Ofício de Curitiba não oferecem cursos à população desde o início deste ano. Além desses,outras três unidades foram fechadas e serão destinadas a outros serviços da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS). Ao todo, são 24 unidades dos liceus na capital, sendo que apenas nove estão funcionando. De acordo com a gestão de Rafael Greca (PMN), a administração anterior, de Gustavo Fruet (PDT), não reservou verba suficiente no orçamento de 2017 para a contratação dos instrutores para os cursos. Com isso, a prefeitura atualmente não tem recursos para realocar para essa área. O montante direcionado para o programa foi de R$ 500 mil neste ano, de acordo com a FAS.

Outro problema é que não foi fixado novo edital para a contração da empresa responsável pela limpeza e manutenção dos prédios e isso impede o recebimento dos alunos. De acordo com o superintendente do Trabalho, Emprego e Renda da FAS, Luciano Martins de Oliveira, o último contrato venceu em maio de 2016. Daquela data até o fim do ano passado, o serviço foi prestado sem um novo edital.

De acordo com Oliveira, mesmo sem cursos, essas 12 unidades não estão fechadas. Os servidores seguem no local fazendo cadastro de interessados em entrar na fila de espera dos nove espaços ainda com vagas. Mas a orientação é de que, preferencialmente, a pessoa procure umas das unidades em funcionamento para se inscrever. Confira a lista com os endereços dos Liceus do Ofício ativos na capital.

O Liceu do Ofício é um programa da prefeitura de Curitiba que oferece cursos profissionalizantes gratuitos para pessoas a partir dos 16 anos. Qualquer um pode se inscrever, mas a prioridade é para pessoas em situação de vulnerabilidade social. O programa chegou a formar 36 mil alunos apenas no ano de 1996, segundo Oliveira. Com o direcionamento de recursos para outras áreas da administração municipal ao longo dos anos, o número foi caindo e chegou a 3 mil em 2016. Neste ano, 745 vagas foram abertas até o momento.

O orçamento de Curitiba para 2018 ainda não foi debatido e não se sabe se a prefeitura terá recursos para ampliar o investimento nos Liceus do Ofício.

No momento, todas as pastas da administração municipal trabalham para otimizar os recursos existentes. Com isso, é possível que, no futuro, vagas para novos cursos nos Liceus do Ofício sejam abertas, mas que as capacitações não ocorram nos prédios do programa. De acordo com o Oliveira, a ideia é aproveitar outras estruturas da prefeitura, como escolas municipais, Ruas da Cidadania e unidades da FAS. “Estamos fazendo estudos de reordenamento. Não adianta oferecer cursos em todos os prédios sem não tiver quem faça a limpeza ou sem instrutores”, afirmou o superintendente.

Atendimento à população

As noves unidades do Liceu do Ofício em funcionamento atualmente oferecem cursos de operador de processos de produção, montagem e manutenção de computadores, informática básica e inglês para hotelaria.

Sem recursos próprios para investir na qualificação profissional dos curitibanos, a prefeitura busca parcerias com outros órgãos para suprir a demanda. Uma delas é com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). O local oferece cursos comportamentais rápidos, tais como falar em público e como se portar em uma entrevista de emprego, entre outros. O público-alvo são adolescentes e jovens de 14 a 18 anos.

Recentemente, uma rede de supermercados ofereceu atividades profissionalizantes na área de gastronomia e alguns dos alunos foram contratados. A ação já foi encerrada, pois tinha recursos limitados, os quais foram obtidos por meio da Lei Rouanet.

Já no Sistema Nacional de Emprego (Sine), ligado ao Ministério do Trabalho, a pessoa pode se inscrever para cursos de orientação profissional, como imagem, produção de currículo, entre outros. Há postos do Sine nas dez Ruas da Cidadania de Curitiba. “Há casos em que a pessoa que perde o emprego já é qualificada, mas precisa de orientações para direcionar a carreira. E isso alguns dos nossos parceiros, como o Sine, já oferecem”, destacou o superintendente do Trabalho, Emprego e Renda da FAS.

Além do estudo para a viabilidade de novas parcerias, Oliveira afirmou que a prefeitura tenta resolver pendências que têm com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para liberar recursos para um projeto que envolve a atividade profissionalizante de manutenção de computadores.