Passageiros estão preocupados com a lotação nos ônibus de Curitiba e região metropolitana durante a pandemia de coronavírus. Muitos passageiros estão tendo que enfrentar aglomerações de pessoas não só nos ônibus, mas também nos terminais, o que aumenta o risco de contágio da Covid-19.
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No birticulado Centenário/Boqueirão, por exemplo, um flagra feito por uma leitora da Tribuna do Paraná mostra o coletivo lotado e muitos passageiros sem máscara retornando para casa após o dia de trabalho. A situação se repete também na linha Santa Ângela, que liga Curitiba a Campo Largo, na região metropolitana. “Todos os dias estão assim. Para voltar para casa é sempre lotado. E não são todos os passageiros que usam máscaras. Acho que tinha que voltar aos horários normais, pois desse jeito não dá”, reclama a passageira Michela Ribeiro, que trabalha na CIC como auxiliar de produção.
Os ônibus lotados levaram inclusive o Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindiabrabar) a enviar um ofício à Urbs e ao Ministério Público solicitando uma solução. O medo dos empresários é de que os funcionários se contaminem nos ônibus a caminho do trabalho e consequentemente infectem os outros funcionários e clientes dos estabelecimentos, além de suas próprias famílias.
Uma resolução publicada dia 16 de abril no Diário Oficial do município obriga os comerciantes a manterem o isolamento social de 1,5 m entre os clientes no interior dos estabelecimentos para evitar a disseminação do coronavírus. Mas e nos ônibus, tem alguma regra?
A Urbs, empresa municipal responsável pelo transporte público em Curitiba, explica que o decreto estabelece o uso de máscaras em quaisquer espaços públicos, incluindo ônibus, táxis e aplicativos de transporte. Além disso, o ideal é que as pessoas respeitem a distância de 1,5 m na fila de espera em terminais, estações-tubo e pontos. Nos ônibus, porém, a Urbs informa que “obviamente essa distância não dá para ser mantida, nem com todos sentados”.
A orientação é de que os passageiros não entrem em ônibus que já estiverem cheios. Segundo a Urbs, está sendo mantida uma frota acima da demanda, em cerca de 70% nos dias úteis.
Sobre o aumento de ônibus nas linhas, a Urbs informa que vai fazer ajustes na frota, com a substituição de quatro articulados da Linha Circular Sul por biarticulados, os maiores do sistema, que têm capacidade para transportar até 250 pessoas. A mudança ocorre por causa do aumento no movimento gerado pela reabertura de alguns comércios em Curitiba. Por isso, a Urbs poderá fazer novos ajustes se necessário.
Falta paciência?
O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, informa que a Guarda Municipal vai passar a orientar os passageiros para evitar aglomerações, a exemplo do que fazem as viaturas nas ruas, principalmente em parques e filas de bancos e lotéricas. Os guardas vão orientar os passageiros a esperar o próximo ônibus quando o primeiro já estiver cheio.
Segundo Maia Neto, o problema não é a falta de ônibus, mas a falta de paciência das pessoas em esperar o próximo veículo. A ação da Guarda Municipal será de forma orientativa e de conscientização e ainda não tem data para começar.
Empregado em um mercado, serviço essencial segundo decreto do governo do Paraná, Valdir Bortoloto, morador de Campo Largo, na região metropolitana, reclama que faltam ônibus nos primeiros horários da linha Santa Ângela que ele pega há 20 nos para ir trabalhar. “O ônibus de 5h25 vem sempre cheio. Vem todo mundo de pé. Tem gente com máscara, gente sem. Eu uso para me proteger. Uma coisa boa foi que isolaram o motorista e ninguém fica antes da catraca”, disse Valdir.
Segundo a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), órgão do governo do estado responsável por gerenciar as linhas na região metropolitana, o sistema de transporte vem sofrendo mudanças constantes e não existe maneira de prever a demanda antecipadamente.
Dessa forma, explica a Comec em nota, está sendo feito o acompanhamento, bem como ajustes necessários e possíveis. “Ressaltamos a importância de que, sempre que possível, sejam utilizados horários alternativos, pois mesmo que todo o sistema e a demanda sejam normalizados, não conseguiremos atuar da forma ideal que o momento pede”, finaliza a nota da Comec.
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