Curitiba está no mapa de uma operação deflagrada nesta sexta-feira (15) pela Polícia Federal (PF) para desarticular grupo especializado em “zerar” contas-poupança de clientes da Caixa Econômica Federal. As investigações apontam um esquema complexo com o qual a quadrilha conseguiu desviar R$1,2 milhão de reais de 70 clientes. Entre as vítimas está um jogador do Atlético Paranaense.
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Além de Curitiba, os mandados - 56 ao todo - foram cumpridos em Colombo, Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Matinhos e Guaratuba. Outra parte da operação foi em Santa Catarina e na Paraíba.
Doze pessoas foram presas. Ao todo, são 20 indiciados.
De acordo com a PF, os saques eram a parte final do “grande esquema criminoso” liderado por um estelionatário “famoso” de Curitiba. Entre os envolvidos está ainda um funcionário do banco que trabalhou até agosto em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e depois foi transferido para João Pessoa. Também faziam parte do esquema um funcionário dos Correios e um funcionário de cartório - que ajudava na falsificação de assinaturas.
O funcionário da Caixa suspeito de integrar a quadrilha pesquisava e identificava contas poupança de clientes do banco com grandes saldos e que não apresentava histórico de retiradas, repassando os dados dos clientes ao líder do grupo criminoso investigado.
Com os dados dos clientes em mãos, o líder do grupo solicitava a elaboração de documentos falsos, complementando os demais dados necessários com outros participantes do grupo, que geralmente possuíam acesso facilitado a banco de dados por causa de suas profissões.
Os investigados entravam em contato com a central de cartões da Caixa e, se passando pelos clientes, informavam a “falsa” perda do cartão bancário. Assim um novo cartão era enviado e retirado em centros de distribuição dos Correios com uso de documentos falsos. Daí, iniciava-se a série de saques nos caixas eletrônicos, compras na modalidade débito e saques e transferências na boca do caixa, até que o dinheiro nas contas se esgotasse ou que o crime fosse descoberto.
A operação recebeu o nome de Duas Caras - uma referência a atuação do funcionário da Caixa investigado, que “age de um jeito ou de outro dependendo com quem está”, o que torna a pessoa conhecida por ser “duas-caras”.
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