Quem precisa aguardar pelo semáforo de pedestres para atravessar uma via de grande movimento de Curitiba já deve ter se perguntado se o botão que ativa o equipamento realmente funciona. Em alguns casos, a demora para que o sinal abra é tão grande que muita gente se questiona se eles não estão ali apenas para decoração. Contudo, como explica o gerente de operações de trânsito da Superintendência de Trânsito (Setran) da capital, Pedro Darci da Silva Junior, os botões funcionam, mas dependem de uma programação complexa.
“Eu gosto de comparar esses botões dos semáforos com botões de elevador: se você chamar no térreo e o elevador estiver no 15º andar, ele vai respeitar a ordem de descida antes de atender a sua demanda”, compara o gerente. Conforme o especialista, ao ser acionado, o botão puxa uma quantidade de tempo do ciclo semafórico para o pedestre, mas isso pode vir a acontecer apenas depois de outros sinaleiros de veículos do mesmo cruzamento passarem por seu tempo total de abertura, por exemplo.
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Isso serve para não atrapalhar o trânsito na região. Se essa ordem não fosse seguida e o pedestre recebesse o sinal verde assim que apertasse o botão, toda uma cadeia de semáforos poderia perder a sincronia — o que deixaria o fluxo bem mais lento e congestionado nos cruzamentos próximos.
Ao todo, 566 dos 988 semáforos de pedestres instalados em Curitiba possuem esse botão, segundo dados da Setran. Isso é feito dessa forma para que o trânsito possa fluir de maneira contínua e com menos interrupções desnecessárias. Se não fosse essa ativação manual, os motoristas teriam que parar com muito mais frequência em pontos em que não há ninguém esperando para atravessar simplesmente porque o sistema estava programado para essa pausa. Assim, com o botão, a sinalização para pedestres é ativada somente quando necessária.
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Apenas em alguns locais específicos da cidade — como em cruzamentos próximos a escolas, por exemplo —, o semáforo com botoeira é recalculado para abrir automaticamente, sem a intervenção do usuário. No entanto, como explica Silva Junior, essa é uma programação que funciona apenas em horários de pico.
Para quem ainda está na dúvida quanto ao funcionamento do dispositivo em algum cruzamento da capital, a indicação é ligar para o telefone 156, da prefeitura. “Às vezes, alguns botões acabam danificados por vandalismo ou má utilização. Temos uma equipe que verifica isso, mas a população também pode pedir pela manutenção”, garante o gerente.
Já para os impacientes que costumam apertar várias vezes seguidas na tentativa de acelerar o processo, o especialista da Setran revela que a tática é menos eficiente do que muitos gostam de pensar. “Assim que o botão é apertado uma única vez, o sistema já programa para liberar a travessia do pedestre o mais rápido possível”.
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