O que era para ter sido um domingo em família virou, de novo, um dia em que o casal curitibano Jorge Ribas Timi eTatiane Timi quer riscar do calendário. Pela segunda vez em pouco mais de dois meses, eles denunciam uma situação de racismo com a filha de 11 anos, que é negra e foi adotada quando ainda era bebê. Em julho, o casal registrou queixa após a criança ser abordada por um segurança em um café em São Paulo - na oportunidade, os pais afirmam que o homem teria dito à criança que o local era proibido para pedintes. Domingo (1º), os pais afirmam que a loja de brinquedos Hotzone, no Park Shopping Barigui, em Curitiba, teria impedido a entrada da menina . O shopping e a loja negam a acusação.
De acordo com o pai, o médico e advogado Jorge Ribas Timi, a filha foi impedida por um segurança de entrar na loja com a justificativa de que estava desacompanhada de um adulto. A intenção da garota era entrar no espaço e avisá-lo de que a mãe, que estava em uma livraria no andar de baixo, já tinha feito as compras e que eles podiam ir para casa. “Quando ela chegou foi impedida de entrar pelo segurança, que disse que criança sozinha não podia entrar. Ela argumentou com o segurança que só estava indo me chamar, mas nem isso ele aceitou e então ela voltou para onde estava a minha esposa”, relatou o médico.
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Segundo Timi, a mulher e a garota voltaram para a loja e o comunicaram sobre a situação. Ele então questionou o segurança, o supervisor de segurança e a gerente da loja, principalmente porque, segundo ele, o miniparque estava cheio de crianças desacompanhadas. “Atrás de nós, em um brinquedo, estavam três crianças. Eu perguntei para uma delas, que parceria ter a idade da minha filha, com quem elas estavam e ela disse que estavam sozinhas”, afirma Tatiane.
Ainda conforme o pai da garota, ele procurou o serviço de atendimento do shopping para prestar queixa, mas o responsável não estava. O médico conta ainda que um cartaz colado na porta de entrada da loja de brinquedos restringe o acesso de crianças com uniforme escolar, sem camisa, de chinelos e de qualquer pessoa portanto arma de fogo. O aviso, contudo, não alerta sobre crianças desacompanhadas. “Eu questionei isso para o gerente geral, de que não falava de entrada de criança sem os pais, mas ele insistiu que o segurança só estava cumprindo as normas. Foi quando eu decidi chamar a polícia”, afirma.
O médico diz ainda que o segurança que impediu a menina de entrar na loja, o chefe de segurança do shopping e os dois gerentes da loja prestaram esclarecimentos na delegacia. O pai registrou boletim de ocorrência afirmando que a filha foi vítima de racismo. “A gente não acredita que isso está acontecendo de novo. Mas ao mesmo tempo não vamos aceitar que aconteça de novo”, ressalta.
Outro lado
Em nota, o ParkShoppingBarigüi e a HotZone - loja onde a menina foi impedida de entrar - responderam que “lamentam o incidente” e que “o casal interpretou como discriminação racial a conduta da segurança do shopping ao abordar sua filha menor na entrada da loja”.
Os estabelecimentos afirmaram que não permitir a entrada de crianças desacompanhas é uma maneira de “garantir a segurança de todas as crianças e adolescentes que procuram o parque indoor para diversão. “O ParkShoppingBarigüi e a HotZone não compactuam com qualquer forma de discriminação e preconceito”, afirmou.
Leia nota do Park Shopping Barigui:
“O ParkShoppingBarigüi e a HotZone lamentam o incidente ocorrido com a família Timi na tarde do último domingo (1º de outubro), quando o casal interpretou como discriminação racial a conduta da segurança do shopping ao abordar sua filha menor na entrada da loja HotZone. O ParkShoppingBarigüi e a HotZone esclarecem que, para garantir a segurança de todas as crianças e adolescentes que procuram o parque indoor para diversão, não é autorizada a entrada de menores sem a companhia dos pais. O ParkShoppingBarigüi e a HotZone não compactuam com qualquer forma de discriminação e preconceito”
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