Pais de alunos da Escola Municipal CEI Professor José Cavallin, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, estão angustiados com a situação de um dos prédios da instituição. A unidade está interditada desde o início do ano letivo por causa de problemas estruturais e o medo deles é que haja risco de o prédio desabar. A prefeitura de Curitiba negou que isso possa acontecer, informou que irá revitalizar o local e que faz o monitoramento constante da estrutura.
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Preocupados com a atual situação dos filhos, os pais fizeram até mesmo um abaixo-assinado exigindo soluções da prefeitura e protocolaram a reclamação no Ministério Público do Paraná há alguns meses. Eles querem saber se o prédio interditado será reformado ou demolido. Apesar desta interdição e da estrutura comprometida, outra parte da escola funciona normalmente.
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Após a mobilização do pais e a reportagem da Tribuna do Paraná sobre a situação da escola, a prefeitura de Curitiba anunciou nesta quarta-feira (9) que vai aprimorar as obras de revitalização nos dois blocos do centro educacional, que começaram em fevereiro, mas que deixavam dúvidas se realmente seriam concluídas.
De acordo com a administração municipal, o telhado do primeiro bloco – onde ficam as salas de aula – já foi trocado e o pátio externo passou por uma transformação que vai permitir a realização de aulas planejadas e atividades que envolvam contato com a natureza. Além disso, obras de drenagem também foram feitas para corrigir a erosão, um novo calçamento foi instalado e o parquinho das crianças ganhou novo espaço. A previsão é de que a escola ganhe nova pintura além de rampas e portões para melhorar a acessibilidade. O refeitório também terá o telhado trocado.
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Já o bloco anexo, onde eram realizadas as atividades do contraturno, segue interditado pela Secretaria Municipal da Educação, até a finalização do monitoramento técnico que vai apontar as providências a serem adotadas no prédio.
A preocupação dos pais ocorre devido ao fato de que, apesar de cercado por tapumes, o local interditado fica muito próximo da área que está sendo utilizada pelos estudantes. “Eu estou nessa luta desde 2015, quando uma das minhas filhas entrou no colégio. No começo, a gente queria só a saída de emergência, mas agora queremos uma reforma, já que paredes caíram e um dos prédios foi interditado. Desde então a situação está complicada, já que não sabemos o futuro do colégio. Do lado de fora é possível ver a situação do lugar, as paredes comprometidas, pinturas caindo, canos aparecendo, tapumes para todos os lados. Não acho seguro um colégio estar desse jeito, precisamos saber o que será feito”, afirmou a cuidadora de idosos Priscila Prestes da Cruz, 31 anos, mãe de duas alunas da escola.
Rotina alterada
As crianças que estudam no colégio têm entre 05 e 10 anos e, desde que o lugar foi interditado, em fevereiro deste ano, a rotina está diferente. Os 420 alunos que estudavam no edifício foram realocados para o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Jayme Canet Júnior, que fica a dois quilômetros da escola. Para chegar até o CMEI, os alunos são deixados pelos pais na antiga escola e vão de ônibus, disponibilizados pela prefeitura de Curitiba, até lá. A viagem não é tão longa, mas alguns pais relatam que como os filhos são pequenos, o caminho se torna desgastante e até mesmo perigoso.
Outros alunos permanecem na instituição, porém, em outro complexo que funciona normalmente. “Eu tenho uma filha de 5 anos que estudava aqui e foi realocada. Está precária a situação e a minha filha chega cansada por conta da viagem diária para o CMEI. Nós ficamos preocupados com esse deslocamento. Por conta disso, ela está esgotada e não tem ensino de qualidade. Não é por culpa dos professores, mas por causa da estrutura precária do lugar. Gostaríamos de saber o que será feito, se existe risco, e quando teremos uma resposta sobre esse assunto. A Constituição garante educação de qualidade, né?”, desabafou Gisele das Graças Oliveira, 44 anos, auxiliar de produção.
Além do deslocamento para outra escola, os pais reclamam que a área interditada tem paredes rachadas e comprometidas, o que pode causar um acidente com aqueles que ainda estudam na escola. Para evitar o acesso ao prédio, tapumes foram colocados pela prefeitura em volta do complexo interditado, entretanto os pais temem que o local desabe a qualquer momento. O refeitório e as salas de aula da escola ficam ao lado da área interditada.
Do lado de fora do pátio, em uma rua paralela, é possível ver a condição em que o prédio se encontra. Até mesmo alguns moradores do bairro e parentes de alunos ficam preocupados com o local. “Desde o começo do ano estamos preocupados com a situação da escola. Minha sobrinha veio de uma creche que ela era bem acolhida e agora tá desse jeito. Quanto aos professores não temos o que falar, mas a estrutura tá muito complicada”, relatou a tia de uma aluna, Ana Carla Gonçalves, 30 anos, vendedora.
Monitoramento
Apesar da preocupação do pais com o desabamento, a Secretaria Municipal da Educação negou à reportagem da Tribuna do Paraná que isso possa acontecer e diz que o monitoramento está sendo realizado diariamente por engenheiros. Conforme o órgão, somente com os laudos desses monitoramentos contínuos será possível definir o destino do prédio. “Após perícia técnica na parede, equipamentos foram instalados, para que a estrutura seja monitorada e as próximas ações em relação ao bloco da UEI serão definidas nas próximas semanas. A equipe técnica já realiza a leitura do primeiro laudo do monitoramento, mas ainda é preciso outras medições criteriosas para precisão total da situação do prédio”, informou a nota.
Além disso, a secretaria informou que acompanha o caso desde o final de fevereiro, quando foram detectadas rachaduras na estrutura da construção e o prédio foi interditado. Na época, uma equipe do departamento de obras da Secretaria Municipal realizou vistoria e tomou as providências necessárias, transferindo para outra unidade próxima 420 estudantes que realizavam atividades de contra turno naquele bloco.
No ano passado, a Secretaria Municipal da Educação informou que realizou 428 intervenções em unidades das dez regionais e que cerca de R$ 4,5 milhões nas obras foram investidos nas obras.
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