Enquanto são mantidas as restrições para atividades religiosas que causem aglomeração, em razão da pandemia do novo coronavírus, igrejas de diferentes denominações tentam se reinventar para se manter próximas dos fiéis. Em Curitiba, a migração de missas e cultos para a internet tem feito crescer o número de fiéis que acompanham as celebrações.
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A Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB), no Batel, por exemplo, já fazia transmissões online, mas intensificou sua presença nas redes. “Começamos a transmitir cultos e demais eventos que não eram acessíveis online”, explica o ministro Albert Martins de Oliveira Filho, coordenador do Ministério de Comunicação da PIB. O alcance da igreja era, em média, de 250 mil pessoas, contando acessos nas diversas plataformas. “Logo falávamos para 900 mil, 1,2 milhão, 2 milhões e na última semana de junho contabilizamos 3,3 milhões, de diversos estados e até de outros países”, conta Oliveira Filho.
Na Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Curitiba, o efeito foi o mesmo. “Muita gente de fora que estava desligada da igreja ou pouco envolvida passou a buscar mais a Deus”, explica o pastor André Flores. Ele conta que a igreja tem cerca de 2,5 mil membros. “Aproximadamente de 8 a 10 mil pessoas já acompanhavam os cultos ao vivo remotamente”, diz. “Esse número foi para 40 mil com a pandemia.” Para atender à demanda, a igreja passou a produzir lives e conteúdos voltados para públicos específicos, como jovens ou casais.
A Arquidiocese de Curitiba mantém as missas suspensas em todas as igrejas católicas desde março e não as retomou mesmo no período em que atividades religiosas foram liberadas com restrições. O Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, que transmite missas regularmente por meio dos canais do Padre Reginaldo Manzotti, tem, em média, 30 mil pessoas que assistem à Santa Missa pelo YouTube e outras plataformas desde o início da pandemia. “No último final de semana de maio, durante as solenidades de Pentecostes, chegamos a mais de 220 mil pessoas acompanhando a celebração das Mil Ave-Marias”, conta o padre.
Com o crescimento de buscas por missas online, em alguns casos, como na Paróquia São José das Famílias, no Sítio Cercado, o trabalho de migração das missas para os meios digitais acabou tendo de ser feito às pressas.
A igreja já tinha alguns equipamentos instalados e havia começado a transmitir missas, com um celular, mas ainda não havia começado um trabalho mais efetivo nesse sentido, conta Maurício Machado, coordenador da Pastoral da Comunicação da Paróquia. “Nos obrigamos a ser treinados na marra.” Hoje a igreja conta com câmeras fixas e móveis, sistema de iluminação, mesa de som, gerador de caracteres e equipe dedicada. As lives, que tinham pouco mais de 100 visualizações em dias úteis, agora chegam em diversas plataformas e por meio de canais de TV aberta e fechada. Uma transmissão no último domingo (12) teve mais de mil visualizações apenas no Facebook.
A estratégia de migrar para o ambiente online tem sido adotada pelas mais variadas denominações cristãs. A Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge, no Mercês, também aderiu ao formato. “A primeira linha em que trabalhamos é transmitir parte das cerimônias online, fazer homilias gravadas e mandar para nossa página no Facebook e pelo WhatsApp para os paroquianos”, explica o padre Samaan Nasry, pároco da igreja. “A segunda linha é ajudar as pessoas com a distribuição de medicamentos e de vouchers de supermercado”, conta Nasry.
A Igreja Universal do Reino de Deus, que tem no bairro Rebouças templo com capacidade para 5 mil pessoas, está mantendo suas igrejas abertas apenas para orações individuais e auxílio espiritual. A recomendação aos fiéis é acompanhar a programação e cultos online na TV, rádio e internet.
Na Igreja Presbiteriana de Curitiba, que já trabalhava com a transmissão ao vivo dos cultos por canais digitais, a pandemia obrigou uma reinvenção das classes de estudo bíblico. Foram mantidas turmas para todas as idades e a maioria das aulas acontece aos domingos, das 10h às 11h, em salas virtuais. Carlos Aquino Junior, presbítero e superintendente da Escola Bíblica Dominical, diz que as adaptações têm sido proveitosas e devem continuar, mesmo após a Covid-19. “Os alunos aproveitam mais. Conseguem parar a aula, fazer anotações, aprofundar o estudo que o professor propôs, e no domingo trocar ideias, esclarecer alguma parte que não foi compreendida”.
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