Estações-tubo de Curitiba podem ganhar barreiras laterais e os ônibus biarticulados devem ter sensores nas portas para combater o acesso dos fura-catracas no transporte coletivo. A informação veio do presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, durante sabatina na Câmara Municipal na terça-feira (14). Procurada pela Gazeta do Povo, a Urbs informou que a licitação está em andamento desde o início de agosto para aquisição de componentes. O fornecimento dos materiais estaria programado para ocorrer no dia 27 de agosto, sendo que os preparativos para testes de implantação poderiam começar 15 dias após a assinatura do contrato com a empresa vencedora, ou seja, na metade de setembro.
Uma das dúvidas sobre o projeto é se os sensores, de alguma forma, impediriam a abertura das portas de forma automática ou se poderiam ser controlados de forma remota a partir do Centro de Controle Operacional de Curitiba (CCO). Na Câmara, Maia Neto disse apenas que: “pretendemos mudar os sensores dos ônibus de forma que a sua sensibilidade não permita que a porta abra quando o sujeito fura [a catraca] na estação. Também vamos testar um sistema de travamento na cremalheira [correias das portas] para que a porta não abra com a mão”.
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Ainda segundo Maia Neto, tais soluções serão testadas porque multas para os fura-catracas são difíceis de serem aplicadas. Além desse tema sobre os passageiros que tentam usar o transporte público sem pagar, o presidente da Urbs também se queixou da depredação nos equipamentos de ônibus, o que acaba ajudando a encarecer a tarifa. “Nesse fim de semana, tivemos um ataque coletivo a sete terminais de ônibus. Torneiras, vasos e válvulas foram quebrados. Papeis foram jogados dentro dos sanitários [para entupir]”, reclamou, dizendo que tem conversado com os órgãos de segurança pública pedindo blitzes periódicas nesses locais.
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Apesar da declaração pública do presidente, a assessoria da Urbs ainda não explicou quais serão as adaptações nas estações-tubo, nem como se dará a instalação de sensores nos biarticulados – já que as informações repassadas por Maia Neto se referem a projetos que estão em fase de estudos.
Em relação aos testes com as barreiras laterais, a licitação tipo pregão eletrônico aberta pela Urbs para os prevê um valor máximo em torno de R$ 20 mil, para serviço de serralheria com fornecimento de matéria-prima para confecção e instalação de dez peças metálicas em estações-tubo. E outros R$ 9,7 mil para instalação e fornecimento de material para outras cinco peças que compõe o conjunto. No entanto, o valor total da licitação deve ser inferior a R$ 30 mil, uma vez que o pregão leva em conta a tomada do menor preço – além da especificação técnica do serviço.
De acordo com o documento, seis estações-tubo receberão as barras neste primeiro momento. Ainda não há informação sobre os testes com os sensores nas portas dos biarticulados.
Fura-catraca muda de perfil
O prejuízo com os fura-catracas chega a R$ 6 milhões anuais - o equivalente ao valor de cinco biarticulados novos. Além disso, o perfil de quem não paga a tarifa vem mudando: além de estudantes, a prática agora também é de passageiros “comuns” que não pagam a passagem. O dado foi divulgado em junho de 2018 pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), e envolve a irregularidade cometida apenas nas estações-tubo e terminais.
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