O bairro Rebouças também foi fortemente afetado pela chuva| Foto: Marcos Xavier/Gazeta do Povo

O prefeito Rafael Greca (PMN) foi às redes sociais comentar sobre os alagamentos que atingiam várias regiões de Curitiba entre a noite de sábado (03) e a madrugada deste domingo (04). E as explicações do que a prefeitura vem fazendo para ajudar quem perdeu tudo com as enxurradas acabaram dando lugar ao bate-boca, com direito ao prefeito dizendo que somente “uma obra do tamanho do Canal do Panamá” seria capaz de impedir que tragédia como essa se repetissem.

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Veja fotos do estrago na CIC

Em seu perfil no Facebook, Greca explicou que os alagamentos são reflexos das chuvas que se concentraram nas bacias do Rio Barigui e do Rio Belém. “As áreas críticas foram justamente ocupações irregulares no Parolin e vilas Barigui, Independência, Luana e outras áreas ribeirinhas”, escreve o prefeito. Segundo ele, essas duas bacias estão recebendo obras de macrodrenagem para tentar evitar novas enchentes, mas o volume de chuva que caiu em poucas horas fez com que os rios da região não conseguissem dar vazão.

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De acordo com o Simepar, foram 70,6 milímetros de chuva ao longo da noite — o segundo maior valor registrado desde 1.º de dezembro de 2017, atrás apenas do temporal de 19 de janeiro, quando choveu 97 mm. Somente das 19h15 às 19h45, foram 38,4 mm conforme medição na estação meteorológica do Centro Politécnico da UFPR, no Jardim das Américas. “Houve hoje [sábado, 03/03] um fenômeno natural avassalador”, afirma Greca.

Assim, quando questionado sobre o porquê de essas obras de drenagem não serem capazes dar conta da vazão da chuva, o prefeito diz que seria necessário algo de uma escala muito maior para suportar tanta água. “O que choveu ontem precisaria de obra do tamanho do canal do Panamá”, disse. O argumento foi repetido diversas vezes em seus comentários na rede social.

Obras

Em reportagem à Gazeta de Povo do último dia 28 de janeiro, a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura informou que “duas grandes obras de drenagem e perfilamento, de cerca de R$ 140 milhões, estão em andamento na cidade”. As obras fazem parte do PAC Drenagem e Gestão de Riscos de desastres naturais, financiadas pelo Ministério das Cidades e pela Caixa Econômica Federal.

Segundo a secretaria, a maior obra em execução pela prefeitura para controle de cheias e alagamentos está sendo implantada nos afluentes do Rio Pinheirinho. “Os córregos Henry Ford, do Cortume e Santa Bernadete e o Rio Vila Guaíra passam por uma transformação, que trará efeitos positivos para 57,1 mil moradores dos bairros Lindóia, Parolin, Fanny, Guaíra e Hauer”, afirmou em nota a prefeitura. Estão em execução, segundo a secretaria, três grandes lotes de obras de macrodrenagem, com investimento de R$ 120 milhões.

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Outra obra, ainda segundo a prefeitura, é a de drenagem e perfilhamento dos 22 quilômetros do Rio Barigui, retomada ano passado após ficarem paradas por dois anos e dez meses. “A obra irá aumentar a vazão do rio e, consequentemente, diminuir riscos de enchentes nas comunidades dos bairros Caximba, CIC, Tatuquara e Fazendinha. Os investimentos são de R$ 15 milhões”, informa.

A prefeitura diz ainda que, além dessas grandes obras, o Departamento de Pontes e Drenagem vem desenvolvendo ações e obras corretivas e preventivas em rios e córregos da cidade.