A Polícia Civil foi até o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie na manhã desta sexta-feira (26) para colher o depoimento do casal dono do apartamento.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

A Polícia Civil afirma que Caio Santos, funcionário da empresa Impeseg responsável pela impermeabilização do sofá no apartamento que explodiu no bairro Água Verde, em Curitiba, mentiu em depoimento para a polícia ao dizer que havia repassado as normas de segurança para Raquel Lamb e Gabriel Araújo, donos do apartamento.

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Santos foi uma das vítimas da explosão que também feriu os donos do apartamento e matou um menino de 11 anos.

A declaração foi dada após o delegado da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições, Adriano Chohfi, colher um segundo depoimento do casal e da mãe de Gabriel, Dorcas de Araújo Barcellos, na manhã desta sexta-feira (26), no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. “A versão do casal é muito mais plausível e condiz com as provas que nós temos”, afirma o delegado.

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Segundo Chohfi, o depoimento dado nesta sexta apenas reafirmou o que foi dito anteriormente pelo casal, apenas com mais detalhes. “Gabriel disse que se tivessem recebido qualquer informação de segurança teria repassado à esposa e que não colocaria a família em perigo”, conta.

Em depoimento, eles ainda afimaram que não sabiam que o produto aplicado era inflamável e que a troca de mensagens com a Impeseg, um mês antes da aplicação, não esclareceu que o produto aplicado seria capaz de colocar a família em risco.

Outro detalhe dado no novo depoimento foi de que Raquel não teve contato com o técnico no dia da explosão. “Foi confirmado pela própria Raquel que ela esperou 20 minutos após a permanência do Caio no apartamento para sair do quarto. Caindo por terra a informação de que o aplicador teria dado as instruções de segurança para o marido e que Raquel havia escutado”, comenta o delegado.

“O casal tem absoluta convicção que é mentira [o que foi afirmado por Caio sobre as normas de segurança]. É uma questão de bom senso porque ninguém colocaria a própria família em risco. Então não teve nenhuma instrução de segurança”, afirma a advogada do casal Rafaella Munhoz da Rocha.

Sobre a conduta do aplicador, a advogada ainda conta que, segundo o casal, Caio não conversou muito. “O Gabriel disse que Caio foi de pouquíssimas palavras e que pediu para abrir a janela apenas”, reforça.

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A defesa do técnico Caio Santos mantém o que foi dito no último depoimento do técnico à polícia, no dia 18 de julho, de que as normas de segurança foram repassadas à Gabriel.

Durante a contratação do serviço, Gabriel Araújo pediu, através de mensagens do WhatsApp, que a empresa explicasse o procedimento. Imagem: Polícia Civil.
No texto não há nenhuma especificação de que o produto aplicado seria inflamável. Imagem: Polícia Civil.

Pedido de desculpas

Na manhã desta sexta, no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, a mãe de Gabriel, Dorcas, afirmou em depoimento à Polícia Civil que enquanto Caio estava hospitalizado, a mãe e esposa do técnico procuraram Gabriel para se desculparem.

“A mãe e esposa de Caio se desculparam pelo ocorrido e afirmaram que o aplicador não tinha consciência de que o produto era inflamável. Isso contradiz o que foi dito por Caio em seu depoimento”, finaliza o delegado. 

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