Causa de duas mortes no interior nos últimos 30 dias,o Paraná registrou metade dos raios da região Sul em outubro. A empresa de meteorologia Climatempo contabilizou no período 750 mil descargas elétricas no estado, o que aponta para uma média de praticamente 24 mil raios por dia. Isso representa mais de 50% dos 1,17 milhão de raios que caíram sobre toda a região Sul em outubro.
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A quantidade assusta os leigos, mas meteorologistas afirmam que o número não é tão exorbitante. Aliás, é praticamente normal para as estações de transição: a primavera e o outono.
Raios: saiba como se proteger
De acordo com o meteorologista Rogério Rezende, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não foram apenas as frentes frias, que trazem chuva, as responsáveis pelas condições de mau tempo que ajudaram a riscar o céu do Paraná mês passado. Dias de raios e ventos fortes ganharam um empurrão, sobretudo, dos sistemas vindos do Paraguai alimentados pela umidade da Amazônia, condição que é uma fórmula perfeita para a formação das Cumulonimbus, nuvens que produzem muita chuva. E como o sistema vem do Paraguai, o Paraná é sempre o primeiro estado do Sul a ser alvo destas condições.
“O Paraná tem um contraste térmico tradicional. Pega no mesmo dia o Norte com 35°C e o Sul com máxima de 20°C. Aí se torna uma área bem propícia à formação de eventos severos, das Cumulonimbus, que se formam com mais facilidade. E e são elas que têm as descargas elétricas”, explica. “Mas não tem nenhuma anormalidade”, observa o meteorologista.
De acordo com Rezende, novembro continua dentro de um período de bastante chuva. Tanto que este primeiro fim de semana do mês deve ser de tempestades em todo o Paraná. Contudo, Rezende ressalta que ainda este mês deve haver a caracterização do fenômeno La Ninã - resfriamento das água do Oceano Pacífico -, e isso deve ajudar a controlar os aguaceiros sobre o estado.
“O La Niña é um fenômeno que diminui bastante as chuvas. Então, novembro deve ser um pouco mais seco em todo o Paraná. Deve diminuir esses dias com tempestades severas e, gradualmente, vai diminuir o número de raios. Mas isso é um prognóstico, não uma previsão. Ainda assim é preciso acompanhar”, avalia o meteorologista.
Mortes
Em outubro, o Paraná teve duas mortes causadas por raios. No dia 9, um raio matou uma mulher de 55 anos em Guaíra, no Oeste . De acordo com o atendimento do Samu, a vítima mexia em uma tomada dentro de um aviário quando foi atingida pela descarga elétrica.
No dia 23, um motociclista de Cascavel foi atingido por uma descarga elétrica. Ele estava em uma área rural. O raio chegou a perfurar o capacete do jovem e a estourar o celular que estava com ele.