Para frear a disseminação do novo coronavírus, a recomendação é que a população evite aglomerações e fique em casa. Com isso, os parques se tornaram uma das poucas atividades de lazer durante a quarentena, por serem grandes áreas abertas. Mas atenção: os médicos recomendam redobrar o cuidado na hora de se exercitar nos parques, principalmente em relação à distância das outras pessoas e à higiene das mãos. O ideal, realmente, é fazer exercício em casa.
O aumento na quantidade de pessoas nos parques de Curitiba nos últimos dias é visível para quem está acostumado a caminhar ou correr ao ar livre. Alguns estão evitando as academias, que têm chances maiores de contágio por serem ambientes fechados, ou estão trabalhando em casa em horários alternativos.
No Parque Barigui, o movimento aumentou desde que surgiram os primeiros casos da Covid-19 na cidade. Quarta-feira (18), as pistas de corrida e caminhada estavam cheias, assim como o estacionamento.
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O corretor de imóveis José Carlos Meneguete, de 42 anos, é frequentador do Barigui e notou a movimentação. “O tempo ajudou e também imagino que muitos aqui já não estão trabalhando”, comentou o corretor.
Cuidados
Apesar do movimento, a proximidade é evitada entre os frequentadores do Barigui, mesmo ao ar livre. O personal trainer Tiago Vicente Cochak, 28 anos, está acostumado a trabalhar com grupos de dez pessoas. Após uma sessão, ele pega o borrifador de álcool e limpa no colchonete, prática que está sendo reforçada agora. “Isto já era feito, mas agora reforçamos. Além disto, estamos colocando os alunos a uma distância de dois metros”, explicou.
A medida do personal trainer é exatamente a recomendação do médico Jaime Rocha, presidente da seção paranaense da Associação Brasileira de Infectologia. Segundo o médico, é possível frequentar parques durante a quarentena, desde que sempre sejam evitadas as aglomerações. “Tem que ter um certo cuidado das pessoas. Se o parque está cheio de gente, eu vou achar um lugar mais isolado ou tentar ficar o mais afastado possível”, alerta o especialista.
Diferenças
Sair da academia e ir para um ambiente externo é bem diferente. A adaptação para quem está acostumado a um lugar fechado, equipado com ar condicionado e com música e TV, para um parque requer trabalho mental.
Quem sentiu essa alteração foi a aposentada Silvia dos Santos Vieira, de 63 anos. Frequentadora de academia, Silvia foi pela primeira vez ao Barigui por causa da pandemia do coronavírus. “No parque é diferente por ser uma área aberta. Agora é pegar o gosto por aqui, mas prefiro a academia. Tomara que retorne logo. Dei um tempo por lá por conta do coronavírus, pois é um ambiente de aglomeração”, diz.