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Madeira pode rascar a calça  de quem se senta nos bancos da Boca Maldita. | Cecília Tümler/Gazeta do Povo
Madeira pode rascar a calça de quem se senta nos bancos da Boca Maldita.| Foto: Cecília Tümler/Gazeta do Povo

No calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba, encontrar um lugar em boas condições para se sentar pode ser tarefa árdua. No trecho da Boca Maldita, dezenas de bancos da calçada encontram-se quebrados, lascados, com a madeira amolecida ou, no mínimo, com a pintura descascada. Situação que deixa a população incomodada.

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“Eu sentei num banco quebrado porque era o único vago que não estava debaixo de sol. É complicado, tive que sentar bem na ponta para não enroscar na ripa. E além de tudo é perigoso, tenho medo de rasgar a roupa e até de cair”, conta o professor de matemática Jaime Riberio Viana.

A consultora Nicolly Wolf ressalta que deixa de sentar por não se sentir confortável nos bancos. “A madeira está visivelmente antiga, a pintura descascada e, para completar, já enrosquei parafuso solto na roupa. Além de tudo, eles ficam muito sujos. Acho que por ser um lugar turístico, podiam pensar em um esquema de higienização”, sugere Nicolly.

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Outras pessoas, enquanto isso, entendem que manter o padrão dos bancos é uma necessidade justamente pelo público que frequenta a rua. “Tem muita gente que vem para a Rua XV comprar e precisa dos bancos para descansar depois de andar a rua inteira”, pontua a cabeleireira Eloise Carolina de Castilho, 20 anos, que passa pela Boca Maldita toda semana.

Além do estado de conservação, outra coisa que incomoda as pessoas que usam os bancos é a mobilidade. O aposentado José Albino Antunes, que se encontra diariamente com colegas no local, teve a iniciativa de amarrar um deles com uma corda a uma floreira para que não fosse retirado do lugar. “Antes todos eles eram presos, mas volta e meia aparece um outro solto, que as pessoas acabam tirando e deixando no meio da rua. Não sei se é vandalismo, mas tive que amarrar um dos que estavam por ali”, comenta.

Quem passa pelo calçadão da XV que nunca viu alguma manutenção ser feita nos bancos. “Eu venho aqui diariamente há 10 anos e até agora nunca vi trocar esses bancos”, reclama Antunes.

Segundo a prefeitura de Curitiba, a manutenção dos bancos é “feita pontualmente, conforme a necessidade”, como explica em nota. Além disso, a gestão afirma que entre os meses de outubro e novembro, em razão das comemorações de Natal, estão programadas ações de manutenção geral dos equipamentos.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente promete iniciar, em breve, um levantamento completo da situação do local.

Colaborou: Cecília Tümler

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