Um pedido falso e antigo voltou a circular nas redes sociais pode complicar a rotina do Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, referência no tratamento do câncer. Compartilhada em peso no Facebook e WhatsApp, a mensagem se refere a um pedido de doação de bolachas para o lanche gratuito servido diariamente a pacientes e acompanhantes na instituição. No entanto, a direção do hospital alerta que o conteúdo não só não é verdadeiro, como pode mais atrapalhar do que ajudar.
Segundo o Erasto Gartner, a mensagem que já tinha invadido as mídias sociais em 2017, quando o supermercado que fornecia as bolachas parou de colaborar. Àquela época, o hospital não havia feito solicitação alguma de doações. Agora, a história se repete.
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Com a volta da circulação da mensagem falsa, o receio da administração é de que a quantidade biscoitos doada diretamente pelas pessoas ao hospital sobrecarregue as equipes. Atualmente, o estoque de bolacha está abastecido .
“Nesse caso de doações individuais, o volume de trabalho que a gente tem é infinitamente maior do que o próprio beneficio. Temos um departamento de logística que recebe todas as doações, separa, estoca. Eles vão parar de fazer a movimentação do dia todo e se voltarem para um único item que tem uma agregação baixa”, explica o superintendente do hospital, Adriano Lago.
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Toda a doação de alimentos feitas ao hospital passa por uma longa triagem, que demora ainda mais quando os produtos chegam em grande quantidade de doações individuais, de pouco em pouco. Além da filtragem, da análise da qualidade e do estoque, ainda são necessárias informações mais técnicas, como a maneira como o alimento estava estocado antes de chegar até ali. “E se alguém passar mal comendo essa bolacha? Eu preciso de um rastreio para que isso não aconteça”, acrescenta o superintendente. “E tem o outro lado. Nós podemos começar a ser questionados sobre como pode um hospital com tanta tecnologia, que está crescendo não ter bolacha? É uma imagem muito ruim”, analisa.
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Como doar
Apesar disso, Lago acrescenta que as doações para o Erasto Gaertner continuam sendo aceitas, mas o melhor caminho são os canais oficiais, que não só concentram todos os protocolos exigidos, como também garantem a transparência no uso dos produtos ou do dinheiro, bem como a real necessidade da instituição. “O Erasto Gaertner quer, precisa e aceita doações, mas seria muito mais produtivo pelos os canais oficiais, que são uma maneira que efetivamente nos ajudam”, comenta.
Para doar, é possível ingressar em projetos como “Ação entre Amigos”, “Quem Ama Transforma”, “Troco Solidário”, “Nota Paraná”, “Projeto Padrinhos” e via renúncia fiscal, por exemplo. Informações e orientações sobre cada um deles estão disponíveis no site do hospital.
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