Abandonados, os três barracões localizados na Rua Doutor Dário Lopes dos Santos, no bairro Jardim Botânico, em Curitiba, viraram motivo de dor de cabeça entre moradores do local não só por terem virado depósitos de lixo e entulho, mas também abrigo para usuários de drogas e criminosos, que utilizam os locais como esconderijo e ponto de tráfico.
A duas quadras de um dos principais cartões-postais de Curitiba – o Jardim Botânico – os galpões depredados destoam da paisagem. Por fora, paredes pichadas e sujeira. Por dentro, pilhas de lixo e sinais de que, apesar de abandonado, o local é frequentado. Nos portões de ferro, um aviso impresso em folha sulfite proíbe a entrada, porém, basta empurrar para acessar o interior dos enormes barracões, que juntos, ocupam quase 15 mil metros quadrados da quadra marginal à Avenida Presidente Affonso Camargo.
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Entre os moradores das cercanias, o complexo de barracões – onde antes funcionava a fábrica de uma vidraçaria – virou sinônimo de risco e falta de segurança. É o que afirma um vizinho do local. “Aqui é assalto, roubo, furto. Não tem hora pra acontecer”, disse. Apontando para um carro estacionado ele chama a atenção: “se olhar ali dentro, vai ver que tem corrente e trava de segurança. Todo o mundo que mora por aqui coloca pra evitar roubo”, ressalta.
Falência
Sem destino certo desde 1999, quando a empresa proprietária dos imóveis decretou falência, os galpões foram, aos poucos, sendo largados à própria sorte. Ao longo da década seguinte, o local chegou a ser alugado por algumas empresas, como o Teatro Guaíra, cuja escola de dança funcionou no número 1899 durante um bom tempo. A situação, no entanto, ficou pior a partir de 2015, quando a manutenção dos imóveis passou a ficar por conta integral da empresa falida e nenhum dos locatários permaneceu no ponto.
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De acordo com o síndico da massa falida, Brasilio Bacellar Neto, o imbróglio judicial se deu por causa de dívidas que a antiga administradora contraíra e, diante da solicitação dos credores, o local teria de ser vendido para sanar parte destes débitos. “A questão da administração do imóvel foi decidida em audiência. A empresa falida requereu a guarda do bem novamente tendo em vista liquidar as dívidas”, revelou. Segundo Bacellar Neto, o imóvel deve ser vendido ainda esse ano. Sobre a destinação dos barracões, o síndico não soube informar exatamente o que deve ser feito. “Provavelmente os imóveis serão demolidos, mas não se pode afirmar com certeza”, disse.
A Tribuna do Paraná entrou em contato com a “Vidraçaria Cometa”, proprietária do imóvel, porém, quem nos atendeu foi a gerente da loja – localizada no mesmo endereço dos barracões. Ela solicitou que, para mais esclarecimentos, contatássemos o advogado da massa falida. A reportagem tentou contato com o representante legal da empresa reiteradas vezes, inclusive deixando recados, mas não houve retorno até o fechamento da reportagem.
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