A segunda-feira (06) foi bastante produtiva para um grupo de pescadores de Matinhos, no Litoral do estado. A bordo do barco Energia Positiva II, eles pegaram nada menos do que uma tonelada de pescada-branca, um peixe considerado de difícil captura na região e de alto valor comercial — e tudo isso sem querer.
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Dono da embarcação, Osmar Machado explica que a “pescaria abençoada”, como ele mesmo chama, aconteceu por causa de uma série de acasos. Segundo ele, a pescada-branca é um tipo de peixe que fica em regiões mais profundas e que, por isso, era preciso de uma rede de fundo, específica para esse tipo de pescaria e que, em média, consegue pegar entre 20 e 30 quilos de peixes. No caso, a tripulação do barco estava com uma rede de cerco, capaz de pegar grandes quantidades, mas apenas quando os cardumes estão mais à superfície.
Por estarem com este tipo de rede, os pescadores do Energia Positiva II se prepararam para pegar outro peixe. “Eles miraram na cavala e acertaram a pescada”, conta Machado, que não participou da pescaria por causa de um machucado, mas que acompanhou toda a ação via celular. Assim, com um único arremesso de rede, eles tiraram uma tonelada de peixe.
Segundo Machado, essa não é a primeira vez que um lance de sorte desse tipo acontece. “Há alguns anos, meu irmão conseguiu 3,2 toneladas de pescada-branca assim”, diz. Porém, ele destaca que é muito raro que esse tipo de coisa aconteça — coisa de duas ou três vezes por ano. “É quase uma loteria entre os pescadores”.
E a comparação faz sentido também no bolso. De acordo com o dono do Energia Positiva II, a pescaria abençoada de segunda-feira rendeu nada menos do que R$ 15 mil para o grupo. “Em um dia normal, a média de peixe que a gente pega varia de 80 a 150 quilos — coisa de R$ 1 mil. Mas tem dias que não pegamos nada, então a pescaria de ontem compensou bastante”, desabafa Machado.
Dividindo os peixes
Quando se deram conta de que tinham pegado algo muito maior do que esperavam, os pescadores a bordo do Energia Positiva II precisaram chamar ajuda — foi quando outro barco entrou em cena, o “Canoa Abençoada”.
E os nomes sugestivos realmente fizeram diferença, já que o segundo barco conseguiu pegar mais uma tonelada de peixes, entre pescadas, cavalas e bagres. “Quando eles voltaram, já tinha muita gente esperando na praia. E todo mundo que ajuda, leva um peixe para casa”, conta.
Machado explica que esse compartilhamento é uma tradição dentro da comunidade pesqueira de Matinhos. “A gente tem que não pode negar peixe para ninguém. O peixe é uma bênção. Eu prefiro dar e receber um ‘Deus que abençoe’ para que a próxima pescaria realmente seja abençoada”.
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