Mandados judiciais contra grupo suspeito de aplicar o golpe da pirâmide estão sendo cumpridos em seis bairros de Curitiba.| Foto: Polícia Civil do PAraná

Operação da Polícia Civil cumpre nesta quarta-feira (16) em Curitiba e São José dos Pinhais, na região metropolitana, 20 mandados judiciais relacionados à investigação da empresa WTI Administradoras de Bens (Wolf Trade Club), suspeita de aplicar o golpe da pirâmide financeira. O grupo chegava a prometer 50% de retorno financeiro a quem investisse com ela.

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A polícia estima que a fraude tenha rendido R$ 30 milhões à empresa. De acordo com a investigação, a empresa começou com apenas R$ 10 mil de capital social e em pouco mais de um ano saltou para R$ 50 milhões.

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No cumprimento dos mandados, os policiais apreenderam relógios de luxo, joias, três carros importados além de dois revólveres e munições. Um dos suspeitos chegou a postar um vídeo no Youtube em uma cobertura de Camboriú, no litoral de Santa Catarina, dizendo que chegava a lucrar 200% em um investimento de R$ 500.

Até o fim da manhã desta quarta, seis pessoas foram presas, entre eles dois sócios da empresa, Hugo Felix da Silva e Henrique Oldair Mendes, além de Caio Guiotto, responsável por atrair os clientes. Os outros suspeitos detidos não tiveram os nomes revelados, mas seriam um segurança da empresa, a sogra do presidente da WFC, Lucas de Mello Bubniak, e um terceiro cuja atividade não foi explicada pela polícia.

Quatro pessoas seguem foragidas. Além do presidente da empresa, a polícia segue buscando Caique Marques Fontana (diretor de Marketing), Gabriel Maximiano Picancio (diretor de Tecnologia) e Gabriel de Mello Graminho (vice-presidente e diretor de Operações).

Em Curitiba, as buscas foram nos bairros: Santa Quitéria, CIC, Novo Mundo, Jardim das Américas, Uberaba e Campo Comprido. A sede da empresa fica no bairro Água Verde, mas não foi expedido mandado para este endereço porque já não existiam mais provas no local.

Relógios de luxo foram apreendidos com os suspeitos do golpe da pirâmide em Curitiba.| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo
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Operações irregulares

Antes da operação policial, as atividades da WTI já estavam suspensas desde julho pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Economia. A suspensão também vale para todos os sócios da empresa. A CVM verificou indícios de que o grupo e os envolvidos não obedeciam aos requisitos legais ou regulamentares para administração de carteiras de valores mobiliários.

Investigação da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Consumidor (Delcon) aponta que o grupo recrutava pessoas para investir na empresa com a promessa de que teriam lucro de 30% sob o capital investido em três meses. Em um caso a promessa era até maior: uma das vítimas chegou a deixar o carro no valor de R$ 67 mil como garantia de receberia rentabilidade de 50% em três meses.

A polícia encara a ação como uma pirâmide financeira, ou seja, quem está acima do negócio é favorecido. O delegado André Gustavo Feltes explica que após captarem os investimentos, seja como empresa ou pessoa física, começa a haver dificuldade para efetuar o pagamento. "Aí entra o fator pirâmide, em que todos devem ganhar, mas não tem dinheiro para todo mundo”, explica o policial.

Armas apreendidas durante os cumprimentos de mandados da Operação Pirâmide.| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo

Luxo

Relógios de luxo, joias, três carros importados além de dois revólveres e munições foram apreendidos na operação. Uma das armas estavam no nome do segurança de um estabelecimento ligado à empresa. Outro revolver estava com o sogro do fundador da WTF. Além disso,a madrasta de Lucas Bubniak também foi detida.

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A polícia segue as diligências em busca de mais provas. “Estamos tentando localizar algum imóvel para que sirva de ressarcimento futuro destas vítimas”, ressaltou o delegado André Gustavo. A expectativa é de que clientes lesados venham a fazer novas denúncias contra a empresa.