A atitude de um policial militar de Curitiba na última segunda-feira (3) chamou a atenção não só de quem passava pela Avenida Manoel Ribas, no bairro Mercês, mas também dos internautas nas mídias sociais. E não foi nenhuma ocorrência em que o PM precisasse sacar a arma. A imagem é do soldado Diego Douglas de Jesus da Silva, 33 anos, ajudando uma senhora de aproximadamente 80 anos a ir para casa. Na foto, ele carrega as sacolas da mulher, que se apoia no braço do policial.
A atenção dedicada à senhora foi flagrada pela companheira de serviço de Silva, a também PM Fernanda Ramena Ivanike. “Não é uma cena cinematográfica de operação policial ou uma mega apreensão, mas uma imagem do dia a dia que mostra o caráter e propósito da Polícia Militar de servir”, enfatiza o tenente Flares Frederico Boell, comandante da 2.ª Companhia da Polícia Militar de Curitiba, onde está lotada a dupla de policiais. “Decidi postar nas redes sociais para mostrar a educação de nossos policiais”, enfatiza o tenente. Até a tarde desta quarta-feira (5), a postagem no Facebook tinha cerca de 300 curtidas e 130 compartilhamentos.
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O soldado Jesus - como é chamado dentro da corporação - atua no policiamento comunitário em um módulo móvel em pontos de grande circulação de pessoas. Ele havia acabado de chegar à esquina da Avenida Manoel Ribas com a Rua Professora Rosa Saporski quando avistou a senhora. “Assim que desci do módulo, vi a idosa de aproximadamente 80 anos segurando algumas sacolas. Ela estava em pé e olhava as pessoas com aparência bem preocupada”, relata.
Silva se aproximou da mulher e perguntou se estava tudo bem. Na breve conversa, descobriu que a idosa sofria de labirintite, que deixa a pessoa tonta, e que o filho dela não iria conseguir buscá-la naquele dia. “Então me ofereci para acompanhá-la até sua residência, que ficava a duas quadras dali“, aponta o policial, que carregou as sacolas dela no trajeto.
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Feliz com a companhia, a idosa se apoiou no braço do policial, caminhando com dificuldade até a casa. “O legal é que ela foi me dando conselhos durante o percurso. Na verdade, quem ganhou aquele dia fui eu”, emociona-se o PM.
Nos três anos em que está na Polícia Militar, o soldado já atendeu outras ocorrências como esta, em que não precisou dar voz de prisão a alguém para ter a sensação de dever cumprido. “Já ajudei várias senhoras que precisavam atravessar a rua ou a encontrar algum local. Até carreguei no colo uma pessoa que precisava chegar rapidamente ao pronto-socorro do Hospital Evangélico”, recorda.
Reclamações
De acordo com o tenente Boell, ações como essas são frequentes pelas ruas de Curitiba, mas nem sempre percebidas pela população. “Isso é algo comum entre nossas equipes, mas algumas pessoas só enxergam problemas”, lamenta o oficial, ao afirmar que, apesar da boa ação do soldado Silva, o trabalho dele já gerou reclamação. “Esses mesmos policiais que ajudaram a idosa foram acusados de atrapalhar a circulação de pedestres com a viatura sobre a calçada semana passada”, explica.
Nesta ocasião, os policiais haviam estacionado o veículo em uma calçada ampla da Rua Padre Anchieta para comprar um lanche. “Escolhemos aquele lugar porque os proprietários do estabelecimento já haviam sido assaltados quatro vezes e nos pediram para passar ali com maior frequência. Só que a atitude incomodou um cidadão”, disse Silva.
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