A Polícia Militar (PM) prendeu no fim da noite de segunda-feira (11), em Curitiba, um homem de 33 anos suspeito de matar o soldado Erick Norio, de 28 anos, na Vila Corbélia, na CIC. O crime foi sexta-feira (7), mesmo dia em que um incêndio de grande proporção atingiu a vila. Segundo a Polícia Civil o homem confessou o crime e disse que usou uma submetralhadora das Forças Armadas para atirar contra o policial. A investigação também descartou a possibilidade de o policial ter sido vítima de uma emboscada.
O homem confessou o assassinato e foi preso em uma casa no bairro Boqueirão por policiais do 23º Batalhão da PM, onde estava lotado o soldado assassinado. Embora o criminoso tivesse se apresentado espontaneamente à Polícia Civil ainda sexta-feira, não chegou a ficar preso porque ainda não havia mandado de prisão e também porque o prazo de flagrante já havia expirado.
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Em entrevista coletiva na manhã desta terça (11), o delegado-titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Luiz Alberto Cartaxo de Moura, explicou que o processo do mandado começou no mesmo dia do assassinato, mas tramitou em regime de plantão no fim de semana e foi expedido nesta segunda. Agora, o pedido da Polícia Civil é de que a prisão temporária seja convertida em preventiva.
Por questões de segurança, a DHPP não informou para qual unidade carcerária o assassino foi levado, mas sabe-se que é um local de elite da Polícia Civil. A medida é para impedir atos violentos contra o suspeito, que teria confessado ter matado o soldado por medo de ser preso.
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Norio e outro policial militar foram à Vila Corbélia na noite de sexta atender uma ocorrência de perturbação de sossego. Ao descer da viatura, o soldado foi alvejado. De acordo com a DHPP, o suspeito estaria na região com uma submetralhadora calibre .9 mm de uso exclusivo das Forças Armadas. Ao avistar os policiais, o suspeito teria atirado.
“Não há a mínima possibilidade de ser emboscada. Houve acionamento da Polícia Militar, a equipe de deslocou, mas ele não teria como saber qual equipe era. Infelizmente esse indivíduo estava naquele local e, com medo de ser preso, reagiu”, explica Cartaxo. “Ele estava portando uma metralhadora , o que demandaria uma acão de prisão muito forte contra ele, que já tinha, possivelmente, outros mandados que estão sendo checados fora do estado”, justifica o policial civil.
Uma das balas atingiu o colete balístico do policial, mas outra acertou o peito dele. Norio foi socorrido pelo próprio companheiro de trabalho e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da CIC. Após 40 minutos de tentativa de reanimação, o policial morreu.
Caos
Desde o assassinato do policial, a CIC vive dias de caos. Ainda na noite de sexta, enquanto vários agentes buscavam o assassino do policial militar, um incêndio destruiu cerca de 300 casas na Vila Corbélia.
Moradores chegaram culpar integrantes da própria PM pela ocorrência,numa suposta represália pela morte de Norio. No sábado, em entrevista coletiva, o comando da Polícia Militar afirmou que o fogo teria sido causado por um grupo criminoso com o objetivo de inibir a ação policial na vila.
Além disso, outras mortes paralelas ao incêndio estão na mira das investigações. No momento em que o fogo se alastrava, duas pessoas morreram vítimas de tiros no local. Uma terceira morte, de um adolescente, foi registrada no bairro Fazendinha, vizinho à Vila Corbélia. Outro caso é o de um motorista de aplicativo que teria ido levar uma passageira ao Corbélia algumas horas após o assassinato do soldado e também foi vítima de tentativa de homicídio.
Tanto o incêndio como os homicídios estão sendo investigados pela Polícia Civil, que, por causa do incêndio, tem tido dificuldade para avançar nas apurações. No sábado, os investigadores foram ao local, mas não conseguiram avançar na vila, tendo uma recepção bem difícil dos moradores. Para chegar ao local, as forças de segurança tiveram de fazer um comboio, com policiais civis, militares e peritos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal (IML) .
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa também vão apurar os assassinatos e o incêndio.
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