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Delegada Iara Laurek Dechiche, do Sicride: “quem ganha espalhando o pânico?” | Raquel Derevecki/Gazeta do Povo
Delegada Iara Laurek Dechiche, do Sicride: “quem ganha espalhando o pânico?”| Foto: Raquel Derevecki/Gazeta do Povo

A delegada Iara Laurek Dechiche, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), da Polícia Civil, fez um apelo nesta terça-feira (8) para que a população não repasse nas mídias sociais boatos de crianças sequestradas. A solicitação vem após uma onda de rumores em Curitiba e região metropolitana que tem amedrontado os pais.

“Não temos nenhum caso de criança desaparecida por sequestro”, enfatiza a delegada. “A polícia está acompanhando os boatos e por isso apelamos a quem usa as redes sociais, como Facebook e Whatsapp, que tome cuidado na hora de passar para frente essas mensagens, porque se isso viraliza e cria pânico na população. E para que criar pânico? Quem ganha com isso?”, enfatiza Iara.

A policial confirma que houve apenas um registro de tentativa de sequestro em Campo Largo, cujo caso está sendo investigado pela delegacia da região metropolitana de Curitiba em parceria com o Sicride. Fora isso, não houve mais ocorrências. Já no caso da tentativa de levar uma criança no carro no bairro Atuba, em Curitiba, a delegada explica que o Sicride chegou a entrar na investigação, entretanto, a situação foi vista como tentativa de roubo, pois não havia criança no veículo. Por isso, a investigação será realizada pela Delegacia de Furtos e Roubos (DRF).

Iara enfatiza que espalhar notícias inverídicas também é crime e afirma que a proliferação desses boatos atrapalham o trabalho da polícia. “Quando surgem boatos, nós deixamos de investigar casos de verdade”, comenta. “[Os casos] São notícias falsas, embora as pessoas digam que a polícia tem interesse em abafar os casos. Não é interesse da polícia abafar. Nossa prioridade é a criança”, comenta a delegada.

Além disso, espalhar notícias inverídicas pode causar dano a pessoas inocentes. “Uma das mensagens que estão circulando pelas redes, por exemplo, mostra um retrato falado do ano de 2011 como se fosse a imagem de um sequestrador”. Segundo ela, a pessoa apresentada na imagem não teve nenhuma relação com sequestros e a situação em que se envolveu foi solucionada na época dos fatos. “Fatos reais serão divulgados por fontes oficiais. Lembrem sempre disso”, alerta.

O que fazer em casos de suspeita

Segundo a delegada, caso os pais percebam algo suspeito, devem acionar a Polícia Militar ou Guarda Municipal logo após o ocorrido e registrar o boletim de ocorrência imediatamente. E, claro, os responsáveis devem estar atentos às crianças o tempo todo e jamais deixá-las sozinhas.

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