Mais de uma década após o crime, a delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil encerrou o inquérito da morte da menina Raquel Genofre, nessa quarta-feira (27). O caso teve uma reviravolta após a a integração dos bancos genéticos do Paraná e de São Paulo, que permitiram a comparação do DNA do acusado com as provas coletadas no corpo de Rachel.
No relatório do Delegado Marcos Fontes, que conduziu as investigações, o suspeito do crime, Carlos Eduardo dos Santos foi indiciado pelos crimes de tentativa de estupro, atentado violento ao pudor e homicídio triplamente qualificado por meio cruel, por ter impossibilitado a defesa da vítima.
A polícia pediu, também, a prisão preventiva de Santos, para garantir que o acusado fique preso. Ele já é condenado por outros quatro crimes de estupro no interior de São Paulo e cumpre pena no estado vizinho. Ele também é acusado de roubo, estelionato e falsidade ideológica.
O inquérito agora segue para o Ministério Público, que deve oferecer a denúncia ao Tribunal do Júri. Após a fase de instrução processual, é definida a pronúncia do suspeito ao Júri, ou seja, se ele será julgado por jurados.
A pedido do poder judiciário do Paraná, Santos está detido em Curitiba. Apesar disso, não há previsão se o suspeito será ‘devolvido’ a São Paulo ou se permanece na capital paranaense, já que o prazo para seu retorno, inicialmente, seria até a conclusão do inquérito. “Isso depende do entendimento do Ministério Público e do Poder Judiciário, que vão avaliar se existe a necessidade de manter ele aqui ou não”, afirmou a delegada da DHPP, Camila Cecconelo.
O caso
Rachel foi morta em 2009, quando tinha 9 anos, e encontrada em uma mala na Rodoferroviária, no centro de Curitiba. Encontrado seminu e com vestígios de violência sexual, o corpo foi localizado de madrugada por um indígena que circulava pelo local, onde também estariam alguns pertences da menina. Ela teria sido raptada enquanto seguia pelo trajeto que liga o colégio onde estudava ao ponto de ônibus no qual aguardava, diariamente, o coletivo que a conduzia para casa.
O crime ficou por quase 11 anos sem solução mas um trabalho de integração entre Paraná, São Paulo e Brasília permitiu a comparação genética entre o material coletado na cena do crime e o do autor. Segundo a Sesp, a análise do material genético teve 100% de compatibilidade. A amostra positiva apareceu no sistema do banco nacional de DNA.
Transferido para Curitiba, Santos confessou o crime e deu detalhes, em 25 de setembro. À polícia, ele disse que atraiu a garota prometendo participação num programa de televisão. “Ele confirmou que já tinha observado a Rachel e após entender a rotina dela, ele a convidou para participar de um programa infantil de TV bem conhecido da época e falou que era para ir no escritório assinar alguns documentos. A Rachel concordou e foram até o local que ele residia e assim que chegou lá, a Rachel estranhou e gritou. Na sequência, cometeu o ato sexual e a matou”, disse a delegada na época.
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