Os recentes shows de música têm atraído não só fãs, mas também ladrões de celulares a Curitiba. A ponto de a Polícia Civil infiltrar investigadores no público das duas últimas apresentações na cidade semana passada: o show do cantor britânico Ed Sheeran, na Pedreira Paulo Leminski, e o Country Festival, no Expotrade de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O objetivo é prender membros de uma quadrilha de São Paulo que fazem as ocorrências dispararem cada vez que vêm a Curitiba.
As duas principais ações desse grupo criminoso foram no fim do ano passado. No festival de música sertaneja Festeja, no dia 5 de novembro de 2016, no Bioparque, 160 smartphones foram levados. Já no show da banda americana Guns n’ Roses no dia 17 de novembro foram 60 celulares furtados. Normalmente, a média de celulares roubados em shows de grande porte como esses, aponta a Polícia Civil, através da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), é de 20 a 30 casos.
O que fazer se o seu celular for roubado?
Leia a matéria completaO ponto fora da curva fez a Demafe abrir inquérito para investigar a identidade dos membros da quadrilha. No show de Ed Sheeran, quando os policiais trabalharam à paisana no público, apenas um celular foi levado. A tática se repetiu no Country Festival 2017, em Pinhais, no último sábado (27), quando a delegacia somou seis furtos de smartphones. “Acho razoável. Não está bom porque o bom é ter nenhum, mas com um público daqueles é bem razoável”, avalia o delegado-titular da Demafe, Clóvis Galvão.
A tática dos policiais infiltrados deve prosseguir em outras apresentações, afirma o delegado. Os investigadores atuam não só para tentar identificar os ladrões, mas também para inibir o foco da ocorrência, que é o descuido dos próprios donos. “O maior problema é o comportamento da vítima. As pessoas pegam o celular, olham, colocam no bolso de trás da calça e aí viram presa fácil para a ação do marginal”, explica Galvão. “Se torna um problema muito sério para a polícia quando você tem o fator de favorecimento de crime. As pessoas precisam de orientação e mudar seus comportamentos”, reforça.
Até agora, nenhum suspeito de integrar a quadrilha paulista foi preso. E eles deixam poucos rastros. Sabe-se que agem sorrateiramente, aproveitando-se dos descuidos óbvios e criando uma espécie de passa-passa com os celulares. Por isso, ao final do show, quem furta não é a mesma pessoa que leva os aparelhos embora.
De acordo com o delegado, a intenção final da quadrilha não é usar ou revender os celulares, mas retirar as peças dos aparelhos, que têm valor significativo no mercado. Portanto, o bloqueio posterior do sistema do smartphone não é suficiente para inibir este tipo de crime.
Para evitar ser mais uma vítima, fique atento:
- Guarde o aparelho em local seguro. Bolsos de calças, em especial os da parte de trás, não são a melhor opção. No empurra-empurra de gente, o furto se torna ainda mais fácil para o ladrão. Enquanto não estiver usando, deixe o celular em uma bolsa que seja possível de ser carregada na frente.
- Evite usar o celular. É difícil, mas tente aproveitar a canção preferida e não registrá-la. Selfies também não precisam ser feitas a toda hora. Deixe para usar o WhatsApp em um lugar seguro. Não fique durante o show, com muita gente ao lado.
- Foi furtado? Não esqueça de avisar a Polícia Militar ou de registrar um boletim de Ocorrência na Polícia Civil. As informações podem ajudar nas investigações sobre esse tipo de crime.
Lula arranca uma surpreendente concessão dos militares
Polêmicas com Janja vão além do constrangimento e viram problema real para o governo
Cid Gomes vê “acúmulo de poder” no PT do Ceará e sinaliza racha com governador
Lista de indiciados da PF: Bolsonaro e Braga Netto nas mãos de Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
Deixe sua opinião