Uma denúncia de abuso sexual em uma corrida da Uber no bairro Água Verde, em Curitiba, foi publicada nas redes sociais na tarde desta quarta-feira (1) e está sendo investigada pela Delegacia da Mulher. De acordo com Julia*, de 27 anos, o fato aconteceu na madrugada da última segunda-feira (30), quando o motorista do aplicativo teria se aproveitado do fato de ela estar alcoolizada. Rafael*, 26, condutor do aplicativo de transporte individual, nega o fato e afirma que a garota estava bêbada, tentou agarrá-lo e desceu do carro muito brava após receber uma resposta negativa. A vítima registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher e a Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso.
Em entrevista à Gazeta do Povo, a Julia* contou que havia bebido vinho com alguns amigos. “Só fui lembrar de tudo o que tinha acontecido pela manhã. Lembro dele com o órgão ereto me colocando na parte de trás do carro. Contei para meus amigos e todos estão muito preocupados”, relatou.
Rafael* afirmou à reportagem que atendeu a jovem durante a madrugada e percebeu que estava alcoolizada, mas em nenhum momento teria abusado dela. Ele disse ter ficado muito preocupado ao ver seu nome divulgado em uma denúncia tão grave e está acionando um advogado. A postagem na rede social apresenta a foto dele e teve centenas de compartilhamentos. “Eu jamais faria isso. Meu trabalho é extremamente profissional”, afirmou.
Segundo ele, os dois foram quietos até o final da viagem, quando a moça começou a procurar o dinheiro para pagar a corrida e não encontrou sua carteira. “Eu falei que reportaria a situação para a Uber e ela pagaria na próxima viagem, mas ela insistiu em procurar a carteira e, nesse momento, tentou me agarrar. Eu disse que tenho namorada e estava trabalhando. Ela desceu brava e eu fui embora”, afirmou.
Julia* conta que, pela manhã, percebeu que estava sem a carteira e ligou para o condutor do aplicativo perguntando se seus documentos haviam ficado no carro. “Minha carteira não estava na minha bolsa e eu entrei em contato com ele pelo aplicativo. Ele disse que eu tinha deixado minha carteira na casa da minha mãe e não tinha pago a corrida”.
Com isso e os flashes de lembranças que teve, a moça relatou que decidiu realizar uma consulta médica para verificar se houve abuso e também acionar a polícia. “O médico constatou que houve abuso e eu registrei o boletim de ocorrência”. Segundo ela, o documento da avaliação médica não ficou com a família e deve ser passado pelo especialista diretamente à polícia.
O condutor da Uber se colocou à disposição da polícia para realizar todos os exames necessários para a investigação. “Estou vendo as postagens a meu respeito no Facebook e estou sendo apedrejado por algo que não cometi”.
A Delegacia da Mulher confirmou que investiga o caso, mas não forneceu detalhes sobre a investigação.
*Os nomes citados nesta matéria são fictícios. O nome da jovem que fez a denúncia não foi divulgado para preservá-la. Já o nome do motorista da Uber não foi divulgado para não comprometer as investigações da Polícia Civil.
Nota da Uber
Em nota, a Uber informou que, diante da denúncia, decidiu banir o suspeito da rede de motoristas disponíveis na plataforma. “A Uber repudia qualquer tipo de violência contra mulheres. O motorista foi banido da plataforma e vamos colaborar com as autoridades competentes para ajudar nas investigações. Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher”, informou.
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