A Polícia Civil, através da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam), instaurou inquérito para apurar as causas da explosão do apartamento no bairro Água Verde, em Curitiba, sábado (29) que resultou na morte de um menino de 11 anos e que deixou outras três pessoas gravemente feridas. A investigação ainda está em fase inicial, mas a polícia não descarta nem mesmo a possibilidade de o caso ser considerado crime doloso.
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De acordo com o delegado responsável pelo caso, Adriano Chohfi, já se sabe que o incêndio foi causado pelo produto usado na impermeabilização do sofá. Mas as investigações podem ir além. “Vamos averiguar se houve negligência. Pode ser até um crime doloso”, afirma.
O delegado esteve com a perícia na manhã desta segunda no apartamento. Também foi junto a equipe de fornecimento de gás (GLP) do prédio. “O trabalho da perícia vai ser muito importante para detectar se houve relação com o gás normal, em uma dupla combustão, ou se foi só o produto de impermeabilização que causou a explosão”.
A expectativa da polícia é de que o inquérito seja concluído em 30 dias. Já nesta segunda o delegado começa a interrogar testemunhas. Também como parte a investigação, o carro da empresa que fazia impermeabilização de sofá foi apreendido pela polícia no dia da ocorrência.
"A cena do apartamento destruído impressiona pela força da explosão. Por isso pedimos prioridade na conclusão dos laudos", reforça o delegado.
Segundo Chohfi , os investigadores também estão averiguando se a empresa que fazia a impermeabilização no sofá tinha todas as licenças para autuar. O delegado informou que após a explosão no Água Verde a Deam vai reforçar a fiscalização das empresas de impermeabilização de sofá nos próximos dias.
"Todo produto controlado precisa de liberação do órgão competente, seja o Exército, a Polícia Federal, o Corpo de Bombeiros e a própria Deam", reforça o delegado.
Três pessoas seguem internadas após a explosão, duas em estado grave. Na manhã desta segunda, o Hospital Evangélico Mackenzie atualizou as condições clínicas de cada um. O técnico de impermeabilização de sofá Caio Santos, de 30 anos, é o mais grave, com 65% do corpo queimado. Moradora do apartamento, Raquel Lamb, 23 anos, irmã do menino que morreu, teve 55% do corpo queimado. Ambos seguem sedados na UTI. Já o marido de Raquel, Gabriel Araújo, está com 30% do corpo queimado, mas já saiu da UTI e está estável.
Laudo do prédio
Além dos policiais e peritos científicos, engenheiros da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) da prefeitura de Curitiba também preparam um laudo sobre as condições do edifício após a explosão.
É este laudo que vai determinar se os moradores podem retornar para suas casas, já que todo o prédio precisou ser evacuado desde o incidente.