A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (6) um revendedor de celulares de 38 anos que tentava repassar cinco dos IPhones roubados de duas lojas na onda de assaltos a shoppings e hipermercados em Curitiba. Parte dos aparelhos foi levada no sábado (1º), de uma loja em um shopping no Centro Cívico que já havia sido alvo de criminosos em janeiro, e outra parte no Batel, que foi alvo dos bandidos duas vezes no espaço de quatro dias.
A prisão foi feita pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) a partir de buscas em sites de vendas de produtos usados. A similaridade dos aparelhos postos à venda com os levados das lojas chamou a atenção dos policiais. Além dá internet, o homem também vendia os aparelhos em uma loja no bairro Cajuru. Com o empresário, foram também apreendidas munições, algumas inclusive de calibre restrito.
“Fizemos uma investigação rápida. Ele vendia os celulares por valor muito inferior ao do mercado, pelo menos metade do preço original. Temos informações que ele chegou a vender por R$ 1,5 mil um celular idêntico ao roubado em um dos shoppings. Na loja dele encontramos um dos celulares levados do shopping do Batel. Na casa, encontramos mais quatro”, disse o delegado Marcelo Magalhães, do Cope. “Também percebemos que ele era procurado por pessoas interessadas nos aparelhos e que desistiam assim que sabiam que ele não tinha nota fiscal. E é isso que esperamos do cidadão de bem diante de ofertas com valores tão abaixo do mercado”, complementa o delegado.
A investigação aponta que o suspeito já teria trabalhado como vigia. De acordo com o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), Wagner Mesquita, o homem preso tem registro na Polícia Federal para atuar como segurança privado, tendo inclusive realizado cursos para isso. Agora, o Cope vai levantar os locais onde ele já trabalhou para saber se pode ter alguma relação com os assaltos. A polícia não descarta a hipótese da participação de seguranças privados nos roubos não só de shoppings, mas também de dois hipermercados de Curitiba.
Magalhães aponta que ainda é difícil cravar o número de quadrilhas que estão cometendo este tipo de assalto. Mesmo assim, o delegado destaque que elas são poucas e ousadas. “Acreditamos que são duas ou, no máximo, três quadrilhas. E não é qualquer quadrilha que tem a audácia de entrar em um shopping e render seguranças”, enfatiza o policial do Cope.
Além da prisão do empresário suspeito de receptar produtos roubados para revender, a polícia há havia apreendido cinco menores, um deles em flagrante após o roubo do shopping do bairro Portão. Os outro quatro são acusados pela polícia de participação no roubo de celulares em um hipermercado do Água Verde. Todos foram levados para a Delegacia do Adolescente e serão enquadrados com base no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Receptação
O secretário de Segurança Pública Wagner Mesquita reforça o cuidado que as pessoas devem ter ao adquirir aparelhos normalmente de alto valor por preço muito baixo. “Quem adquire produtos sem nota fiscal e com valores muito abaixo do mercado está fomentando a atividade criminosa. Além disso, a receptação em sua forma simples tem pena de até um ano, mas pode chegar a até oito anos se envolver comércio”, alerta Mesquita.
Às 15 horas desta sexta, a cúpula das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal vai se reunir com administradores de shoppings de Curitiba e região metropolitana na Sesp para definir ação conjunto para evitar esse tipo de crime. “Vamos nos reunir porque queremos traçar linhas de prevenção. Não adianta tratar só dá repressão. Temos que usar a tecnologia para dar mais informação para a polícia e evitar a receptação e qualquer tipo de ação de fomento dá criminalidade”, aponta o secretário Mesquita.
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