Não foi em 2017 que as bicicletas compartilhadas começaram a rodar em Curitiba. Dez meses depois do prazo previsto, ainda não há expectativa de quando o projeto sairá, de fato, do papel. A justificativa da Urbs é de que o consórcio vencedor da licitação, a paulista CWBBike, fez pedidos de alterações contratuais que precisam passar por uma análise técnica e jurídica muito complexa. Já a empresa diz que precisa haver mudanças na localização das paradas para as bicicletas.
Segundo o gestor da área comercial da Urbs - empresa municipal que gerencia o transporte público em Curitiba - , Vanderlei Gimenes Gomes, já poderia ter sido emitido autorização para início do serviço. “Todo o atraso no processo foi gerado pelo próprio concessionário”, afirma.
Ele relatou que uma das solicitações requeridas pela CWBBike diz respeito ao tamanho das placas de publicidade. A concessionária tenta ampliar a área da placa estabelecida em contrato. A empresa também solicita a implementação de bicicletas elétricas, o que não estava previsto no contrato inicial.
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Gomes não descarta a possibilidade de o empreendedor desistir do projeto. “Ele participou do processo de licitação e estava ciente das obrigações que tinha. Porém, como todo contrato, é possível desistir a qualquer momento, desde que a empresa arque com as multas que virão em consequência disso”, explica.
Por outro lado, o diretor comercial da CWBBike, Halisson Pontarola, assegura que a empresa está comprometida com o projeto. “Acreditamos que o serviço seja importante para a cidade e está alinhado com os valores e missão da nossa empresa.”
Segundo Pontarola, o projeto previa, no processo de licitação, a possibilidade de mudanças, a qualquer momento, para melhoria do sistema. “Tudo aquilo que estamos pedindo são ações previstas em edital”, explica o diretor comercial. Ele pontua também que o foco das alterações diz respeito à localização das paradas para as bicicletas.
“Nossa preocupação é com a facilidade e usabilidade do sistema”, argumenta Pontarola. Ainda segundo ele, todo esse processo demanda tempo para que o projeto funcione de forma harmoniosa.
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Relembrando
A licitação do serviço de bicicletas compartilhadas foi lançada em junho de 2016, ainda na gestão do prefeito Gustavo Fruet (PDT), e teve só uma concorrente, a paulista CWBBike. No modelo de gestão aprovado, a concessionária deve arcar com todos os custos de operação e infraestrutura do sistema. Em contrapartida, a empresa fica livre para fazer a exploração publicitária dos veículos e das estações.
O projeto prevê a instalação de 25 paradas e 280 bicicletas na primeira fase e mais 200 veículos e 18 estações na fase posterior, além de uma distância média de 500 metros entre cada parada – intervalo semelhante aos das estações-tubo. A lógica é fazer com que a bicicleta converse com o transporte coletivo.
Ainda com foco na região central de Curitiba, a versão final do mapa deve contemplar o arranjo da maioria das estações em um raio de 2,5 km a partir do marco zero da cidade, na Praça Tiradentes.
Por enquanto, o valor dos passes está mantido como o definido no ano passado: R$ 5 o diário, R$ 12 o mensal ou R$ 54 o semestral. Durante o período contratado, o usuário pode usar quantas bicicletas quiser, durante um período máximo de 45 minutos.
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