Ao contrário da multidão que acompanhou os depoimentos anteriores e mesmo a prisão de Lula, pouca gente compareceu na manhã desta quarta-feira (14) na sede da Polícia Federal PF) em Curitiba, para apoiar o petista. Cerca de 100 militantes foram ao bairro Santa Cândida antes de o ex-presidente ser conduzido até a Justiça Federal, no bairro Ahú, para novo depoimento.
O depoimento está marcado para as 14h e desta vez é referente ao sítio de Atibaia (SP), que teria sido dado ao político por empreiteiras. Esta será a primeira vez que o petista deixa a carceragem da PF desde que foi preso em abril.
Com poucos manifestantes, o cenário em termos de segurança é bem diferente em relação aos depoimentos anteriores. Nesta quarta, apenas quatro viaturas da Polícia Militar (PM) estão nas imediações da PF. No primeiro depoimento do petista à Justiça Federal de Curitiba, em maio de 2017, 1.700 policiais militares foram destacados, inclusive reforços do interior, ao custo de R$ 110 mil para a corporação. A operação de maio contava até com atiradores de elite em pontos estratégicos e monitoramento de helicópteros policiais. No segundo depoimento, em setembro de 2017, o efetivo foi menor, mas mesmo assim alto: praticamente metade de PMs do primeiro depoimento.
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O cenários de ônibus de caravanas espalhados pela cidade também não se repetiu nesta quarta. Apenas pequenos grupos vindos de São Paulo, Santa Catarina, interior do Paraná e região metropolitana de Curitiba vão acompanhar o depoimento na Justiça Federal. No pequeno grupo de políticos que estão na capital nesta quarta estão o candidato derrotado à presidência Fernando Haddad e mais cinco deputados petistas e a senadora Gleisi Hoffman, eleita deputada federal para 2019.
Depoimento
Lula prestará depoimento à juíza Gabriela Hardt, responsável pela condução da Lava Jato em Curitiba desde que o juiz Sergio Moro foi nomeado o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
O petista será ouvido no âmbito do processo do sítio de Atibaia. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aponta que o petista é o dono de um sítio na cidade paulista que teria sido reformado por empreiteiras como forma de pagamento de propina ao ex-presidente. O imóvel está em nome de laranjas, segundo os procuradores, mas há uma série de elementos que ligam Lula ao imóvel.
A condução de Lula até a Justiça Federal será uma operação feita entre a PM e a Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) . Ruas serão bloqueadas no entorno da Justiça Federal. A expectativa é de que as interdições sejam pontuais apenas durante a passagem do carro que leva o ex-presidente. Mesmo assim, a orientação da PM é para que os motoristas evitem a Avenida Anita Garibaldi, onde está fica o fórum.