Pré-candidatos à prefeitura de Curitiba estão de olho nas ações da atual gestão durante a crise do coronavírus e o socorro aprovado aos empresários dos ônibus de transporte coletivo, proposto por Rafael Greca (DEM), pré-candidato à reeleição, se tornou o alvo principal dos concorrentes ao Palácio 29 de Março. O deputado estadual Delegado Francischini (PSL) distribuiu um vídeo em suas redes sociais, no qual chama o socorro de “vergonhoso”.
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“Um absurdo. As mesmas empresas que ganharam bilhões nos últimos anos e nunca vieram dividir seus lucros. Agora, com o apoio do amigo, o Greca do DEM, estão tendo seus prejuízos assumidos por todos nós, com dinheiro público, impostos de todos os curitibanos, até daqueles que não usam os ônibus”, falou ele. “Este dinheiro poderia ser usado em empréstimos, sem juros, pela Agência de Fomento de Curitiba, uma ajuda para pequenas empresas e entidades sem fins lucrativas”, continuou Francischini.
Outro pré-candidato, o deputado federal Luciano Ducci (PSB), também reagiu com críticas: “Não podemos aceitar que a prefeitura priorize estas empresas, sem nenhuma garantia de que o serviço vá melhorar, de que os salários dos funcionários serão pagos. A cidade vive dificuldades. Pequenos empresários estão com problemas, famílias estão com dificuldades de comprar comida. Mas a prioridade da prefeitura e dos vereadores são as empresas de transporte?”.
O deputado federal Gustavo Fruet (PDT) foi na mesma linha: ”Enquanto milhares de microempresários e autônomos curitibanos fazem fila na porta da Caixa, o prefeito está com um cheque para salvar os amigos. Governar para os que mais precisam não é prioridade da atual gestão”, escreveu o ex-prefeito de Curitiba, em uma rede social. Também do PDT, legenda que ainda discute um nome para as urnas, o deputado estadual Goura tem cobrado a adoção de ciclofaixas provisórias para bicicletas, uma alternativa ao transporte coletivo, e que tem sido reforçada agora em outras partes do mundo para evitar aglomerações.
O chamado “Regime Emergencial de Operação e Custeio do Transporte Coletivo”, pelo período de 90 dias (retroativo a 16 de março último), prevê que a prefeitura de Curitiba arcará com a diferença entre o custo do sistema de transporte e a arrecadação com as tarifas, impactada pela redução do fluxo diário de passageiros. A Urbs sustenta que isso deve gerar um aporte de no máximo R$ 20 milhões por mês.
Após as críticas, Rafael Greca também distribuiu em suas redes sociais um vídeo sobre a proposta aprovada na Câmara de Vereadores. Ele informou que o custo do sistema de transporte também foi reduzido, com o corte da remuneração das empresas, por exemplo, e reforçou a preservação dos empregos de motoristas e cobradores. Pelo texto aprovado no Legislativo, as empresas de ônibus são obrigadas a aderir à MP 936, do governo federal, que prevê a redução de jornadas e salários, para manter os postos de trabalho.
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