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Biarticulado vermelho circula pela Praça do Japão. Ao fundo, prédios da região
Violência causa prejuízos ao sistema de transporte| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Os assaltos a ônibus e estações-tubo de Curitiba causaram um prejuízo do valor correspondente ao de um biarticulado ao transporte público da capital ao longo dos últimos três anos. De acordo com um levantamento feito pela Urbs, empresa que administra o sistema na cidade, o rombo nas contas por causa da ação de criminosos já chega à cifra de R$ 1 milhão desde 2016.

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O montante impressiona principalmente quando olhamos para o impacto na vida do usuário. Embora o valor não reflita no quanto o passageiro paga, a violência pode ser a responsável por você andar de ônibus velho todos os dias. “Ela não afeta diretamente na tarifa, mas é um custo que pode refletir na renovação da frota”, explica o presidente a Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto. “As empresas acabam absorvendo esse prejuízo, o que eleva os custos. É um dinheiro que poderia ser usado em investimentos. R$ 1 milhão é quase o preço de um biarticulado ou de dois ligeirinhos”.

Diante desse número expressivo, algumas medidas já começaram a ser tomadas para tentar reverter a situação. A principal delas é um esforço coletivo entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar para impedir a ação de criminosos. “Fizemos várias reuniões para mapear pontos de maior incidência para reduzir essas ocorrências”, afirma Maia Neto. Estações-tubo, terminais e a própria Rodoferroviária foram alguns dos locais que passaram a receber mais rondas policiais.

E os resultados já começaram a aparecer. Nos dois primeiros meses de 2019, a Urbs já contabilizou um total de 131 assaltos a veículos do transporte público de Curitiba — uma média de duas ocorrências por dia. O número é consideravelmente menor do que a média registrada em 2016, período considerado mais crítico pela administração municipal, quando a cidade teve uma média de 4,59 assaltos a cada dia. Naquele ano, 1.678 ônibus e estações-tubo foram vítimas de criminosos.

“A queda significativa mostra que o resultado tem sido efetivo”, aponta o presidente da Urbs. “É claro que a gente pretende reduzir esse número até zero para que as pessoas se sintam mais seguras e não tenham medo”.

Olhos abertos

A vigilância é outra aposta para tentar coibir a violência a bordo do transporte público de Curitiba. Atualmente, 262 ônibus dos 1.290 que compõem a frota estão equipados com câmeras, o que ajuda na redução dos índices de criminalidade. “Todos os novos ônibus já estão vindo com o equipamento. A previsão é de que, até o fim do ano que vem, sejam 450 ônibus com câmeras — um terço da frota”, afirma Maia Neto. Além disso, a Urbs está trabalhando na recuperação de câmeras em estações-tubo e nos terminais. “Com isso, a PM e a Guarda Municipal podem verificar as imagens do transporte coletivo em tempo real”.

O incentivo ao uso do cartão-transporte é outra tentativa de diminuir a quantidade de assaltos. “Quanto menos dinheiro em circulação, menos oportunidades para o bandido”, defende o presidente da Urbs.

Por fim, ele destaca que a população pode ajudar a reduzir esses índices reportando ocorrências em que sejam vítimas ou testemunhas. Como as ações preventivas usam dados vindos de ocorrências passadas, registrar um boletim de ocorrência ajuda a mapear pontos críticos e que precisam de uma maior cobertura policial. “É em cima disso que é feito o planejamento. Então o boletim de ocorrência é importantíssimo para identificar e coibir”, conclui.

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