Se o inverno foi seco, com dias seguidos de temperaturas de 30º C e um período de mais de 30 dias sem chuva, a primavera promete trazer água. E, com a chegada da nova estação nesta sexta-feira (22), as flores devem desabrochar com maior intensidade. O grande contraste entre um período seco e outro úmido deve proporcionar uma floração mais intensa que a vista nas últimas temporadas, como explica o professor de Ciências Biológicas da PUCPR, Luiz Antônio Acra.
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A previsão do Simepar é de que o volume de água que cairá em Curitiba entre o final de setembro e o mês de dezembro seguirá a média histórica da estação, na casa dos 350 milímetros. E essa precipitação toda deve se concentrar já em outubro, que costuma ter uma média de 130 mm de chuva. A previsão é que a instabilidade chegue à metade desse valor já na primeira semana do novo mês.
Assim, as flores terão seus ciclos naturais “reativados” após o período de inverno, em que ficam em modo de espera devido à temperatura e à umidade, e devem proporcionar variedade de cores e grandes quantidades de flores, de acordo com Acra. “Quando chega a primavera, muda o regime de águas e as temperaturas sobem. As plantas então começam a produzir flores e frutos para a propagação da espécie. Com um inverno muito seco e uma primavera chuvosa, é possível que venha uma floração muito mais intensa, com muita produção de sementes também”, contou.
O fato é que o grande contraste entre as estações vai alterar de alguma maneira o comportamento das plantas, seja adiantando ou atrasando sua floração, seja aumentando ou diminuindo sua intensidade. E mesmo com as chuvas, não será possível compensar totalmente, somente na primavera, o déficit de umidade deste inverno. “É muito difícil essa compensação. As águas não estão agindo como normalmente no ambiente, e alguns organismos não vão conseguir recuperar isso em todos os níveis. Por isso, dá para dizer que vamos ter alterações nos ciclos naturais das plantas”, aponta.
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