A princesa da Dinamarca Benedikte Astrid Ingeborg Ingrid, irmã da rainha do país, Margrethe II, vem a Curitiba nesta terça-feira (22) por uma causa nobre: inaugurar o primeiro projeto social do país escandinavo no Brasil. O Instituto Princesa Benedikte (IPB), no bairro Santa Felicidade, vai abrigar 24 crianças de 0 a 10 anos de idade que foram retiradas da guarda dos pais pela Justiça e que, com a parceria, terão acesso a atividades e profissionais diferenciados.
O projeto, que surgiu como um desejo da princesa, começou a ser planejado há 12 anos e tem apoio de multinacionais como a fabricante de brinquedos dinamarquesa Lego e a sueca Electrolux, de eletrodomésticos. Com mil metros quadrados e investimento de R$ 1 milhão, o instituto sem fins lucrativos vai acolher crianças que sofreram com maus-tratos e violência sexual.
As crianças que serão abrigadas pelo instituto da princesa estavam sob cuidados do Lar Dona Vera, que passa a ser parceira do IPB e fica nos fundos do instituto, também no bairro em Santa Felicidade. Juntas, as duas instituições firmaram parceria para cuidar de um total de 34 crianças, que terão uma rotina saudável com aulas de natação, futebol, balé, além de receberem cuidados de assistentes sociais, psicólogas, terapeutas ocupacionais e nutricionistas.
Para a presidente voluntária do Lar Dona Vera, Mônica Saturnino Tindó, a inauguração da nova casa é a realização de um sonho. “Nossa casa ser escolhida entre tantas instituições é um sinal de que a gente vem fazendo um bom trabalho. A nossa prioridade é atender bem essas crianças. Queremos que elas possam ser bem recebidas, independente de quanto tempo vão ficar na casa”, comentou.
O começo
As conversas entre a princesa Benedikte e o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Dinamarca, Jens Olessen, fizeram surgir o desejo de a alteza real fundar um projeto social no Brasil. “Naquela época eu participava das reuniões da câmara e logo me ofereci a ajudar a fundar um lar com o nome da princesa”, explica o cônsul honorário da Dinamarca em Curitiba, Pedro Luiz Fernandes.
A proposta surgiu em 2007 e a presidente do Lar Dona Vera, Mônica Tindó, recebeu a visita de um grupo ligado ao consulado da Dinamarca somente em 2009. A equipe passou meses discutindo como seria o projeto, pesquisando instituições que não tivessem nenhuma dívida ou pendências com o governo do estado, prefeitura, e nenhuma outra entidade.
Depois de visitar 28 lares, a comitiva decidiu que o Lar Dona Vera seria a entidade para receber a ajuda da princesa. “Quando eles nos visitaram, não acreditei. Só passei mesmo a perceber que era realidade quando as obras começaram no terreno”, conta a presidente da entidade. Foram cinco anos de obras para que o instituto ficasse pronto.
Ao todo, a estimativa do consulado é de que todo o projeto tenha recebido investimento de aproximadamente um R$ 1 milhão de empresas nacionais e internacionais. “Todo mundo investiu um pouquinho, principalmente as empresas parceiras que ajudaram ao longo do tempo”, explica o cônsul honorário.
Trabalho que continua
Depois da construção da estrutura, a preocupação do consulado agora é manter a captação de recursos para manter o instituto. “Tudo aquilo que estiver ao nosso alcance, que se trata da questão do terceiro setor, a gente vai atrás”, comentou Pedro Fernandes.
“É uma responsabilidade gigantesca agora, manter toda a estrutura funcionando. São funcionários, não voluntários, que cuidam das nossas crianças: psicólogas, fisioterapeutas, cuidadores. Temos que pensar em fazer a diferença e, acima de tudo dar muito carinho e respeito a essas crianças”, enfatiza Fernandes.
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