As principais unidades de padrão de medida utilizadas pelos cientistas para conduzir suas pesquisas no mundo todo não serão mais as mesmas. Recentemente, pesquisadores de vários países se reuniram na França e decidiram redefinir o padrão de unidades básicas como o quilograma (kg) – medida de peso – e o kelvin, que é a unidade padrão de temperatura do Sistema Internacional usada pelos cientistas. A nova definição teve participação decisiva do professor Felix Sharipov, do Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que trabalhou em parceria com o pesquisador Michael Moldover, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) dos Estados Unidos.
Leia também: PUCPR abre inscrições para bolsas de até 100% na graduação
Elas deixarão de ser definidas por objetos materiais para serem definidas por constantes abstratas da natureza. As descobertas não devem ter impacto na vida cotidiana das pessoas, mas os livros didáticos de Física devem sofrer alterações a partir de agora, pois as mudanças serão mais sentidas nas áreas de ensino e pesquisa, onde há maior necessidade de exatidão. “No ensino de Física e de áreas vinculadas, as definições das unidades básicas são relevantes. Portanto, os livros didáticos de física precisarão sofrer alterações, acarretando uma atualização dos profissionais da área em todos os níveis”, afirmou o professor em material divulgado pela UFPR.
Os resultados foram discutidos e oficializados na 26.ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM), que ocorreu em novembro na França. Além do kelvin, outras três das sete unidades de medidas fundamentais foram redefinidas, entre elas o ampere (corrente elétrica) e o mol (quantidade de substância química).
Obituário - Luiz Roberto Lima: com a química, conquistou o coração de gerações de estudantes
As três fases da água
Sharipov explica que a definição da unidade kelvin estava relacionada ao ponto triplo da água, que é a condição de temperatura e pressão em que as três fases da água (sólida, líquida e gasosa) coexistem em equilíbrio. Agora, ela está associada à constante de Boltzmann, que relaciona temperatura e energia de uma molécula. A precisão da definição da constante de Boltzmann foi conquistada por meio da parceria realizada por Sharipov e Moldover dentro do NIST.
Leia mais: Prefeitura promete remover pichações do Centro Histórico; saiba o que será recuperado
“A teoria do salto da temperatura foi desenvolvida também em outras universidades do mundo afora, mas os resultados obtidos na UFPR são mais avançados e mais completos”, disse o professor Sharipov sobre uma das pesquisas que fundamentou o estudo sobre a constante de Boltzmann. Ele começou a estudar a constante há 15 anos.
Atualmente, entre outras pesquisas, Sharipov integra o projeto de medida de massa de neutrino chamado katrin, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha. A tarefa dele é calcular o escoamento do gás trítio em arranjo experimental construído nesse instituto. O neutrino, segundo o pesquisador, é uma partícula subatômica sem carga elétrica e é o objeto mais abundante no universo, depois do fóton.
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião