Utilizar os serviços do Uber em Curitiba poderá ser tarefa árdua em horários de pico até a próxima sexta-feira (6). Depois da morte do motorista Alex Srour Ribeiro na semana passada, os motoristas do aplicativo estão organizando um protesto por mais segurança no uso da plataforma. A ideia dos motoristas é desligar o app nos períodos de maior movimento de pedidos, durante a manhã e no fim da tarde, deixando os passageiros com poucas opções de carros e fazendo com que o preço das corridas, que sobem de acordo com a demanda, fiquem mais altos.
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A manifestação, que é puxada por representantes de grupos de organizados de motoristas, deve acontecer entre 5h e 9h e entre 16h e 19h. Nesta segunda-feira (2), porém, ainda eram poucos os carros que participavam do ato. De acordo com Cristiam Colmãn Machado, motorista Uber há oito meses, a principal reivindicação é a melhora no sistema de identificação do passageiro. “Hoje nós só temos acesso ao primeiro nome e a quantidade de estrelas do passageiro, de acordo com avaliação das viagens anteriores. Mas o ideal seria ter um histórico completo das viagens desse cliente, porque quando a pessoa só fez uma viagem é muito fácil ter cinco estrelas, por exemplo”, sugere o motorista parceiro da empresa.
Segundo Vanderson Xavier, um dos fundadores do grupo de motoristas Caveira, que tem quase três mil membros, a estimativa é de que pelo menos 800 motoristas tenham parado na manhã desta segunda. E a previsão é de que o número de participantes vá aumentando no decorrer da semana. “São mais de 16 mil motoristas Uber cadastrados na plataforma em Curitiba, e unindo os três grupos que estão participando do protesto, já temos quase quatro mil motoristas favoráveis ao protesto”, conta Xavier. O motorista ressalta que , entre os problemas enfrentados pela classe, também encontram-se passageiros que pedem carros em nome de outra pessoa.
Outras sugestões seriam incluir uma foto do passageiro e melhorar o retorno do Uber quando os motoristas têm problemas com os clientes. “Uma vez eu fui assaltado por um passageiro, e depois de reportar para a empresa, eu obtive uma resposta de que corridas que essa pessoa chamasse não viriam mais para mim. Mas e a segurança dos outros motoristas, como fica?”, aponta Machado.
Em nota, a empresa Uber afirma que o aplicativo possui, sim, camadas de tecnologia que agregam segurança ao motorista. Entre eles, a necessidade de cadastro com cartão de crédito, débito ou CPF e a avaliação mútua. Mas os passageiros têm acesso a foto do motorista e histórico de viagens, enquanto o motorista só acessa o primeiro nome e a avaliação em estrelas do cliente.
Segundo a Uber, existe também um mecanismo que permite que o motorista compartilhe sua localização em tempo real com amigos ou familiares, por exemplo. A empresa não se pronunciou sobre as possíveis consequências da manifestação para os usuários. Já quanto aos motoristas, a Uber destacou que eles são apenas parceiros da empresa, e têm liberdade de ligar ou desligar o aplicativo quando quiserem.
Colaborou: Cecília Tümler
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