O desabamento de uma marquise na Rua Monsenhor Celso, no Centro de Curitiba, na madrugada desta segunda-feira (9), repercutiu e levou a prefeitura a organizar uma força-tarefa para fiscalizar edificações. O objetivo da ação, que deve ocorrer nas próximas semanas, é verificar a estabilidade das estruturas e diminuir riscos de uma nova ocorrência como esta que, por sorte, não provocou uma grande tragédia em um ponto onde vários moradores de rua costumam passar a noite.
Entrarão no alvo dos engenheiros e arquitetos da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, prédios listados por meio de denúncias. Na região central, que tem movimento intenso de pedestres por causa da grande concentração de lojas e bancos, imóveis antigos vão receber atenção especial, mesmo sem demanda específica.
"A gente vai fazer vistoria sim", adiantou o engenheiro civil e coordenador da Cosedi, Marcelo Solera. "Numa situação como essa, de desabamento de marquise, normalmente chega para gente uma demanda muito grande. Com certeza vamos receber várias solicitações para fiscalizar vários prédios, não só na região central, mas em toda a cidade", afirma.
A queda da marquise na manhã desta segunda causou enorme susto. Frequentadores do prédio, próximo à Praça Carlos Gomes e que abriga uma lanchonete na parte de baixo, disseram ter sido pegos de surpresa porque o prédio passa por manutenções frequentes e não apresentava nenhum sinal de falha.
Conforme o Cosedi, somente um laudo técnico vai apontar as causas do desabamento. O documento terá de ser feito por um engenheiro civil que, conforme a legislação, deve ser contratado pela administração do condomínio em até duas semanas.
Sob demanda
O Cosedi faz, em média, dez vistorias por dia em imóveis de Curitiba. A maioria das fiscalizações parte de denúncias feitas pela Central 156 da prefeitura, enquanto que vistorias preventivas só costumam entrar no cronograma quando há casos de repercussão que envolvam o trabalho da comissão — como o desta segunda-feira.
"Normalmente a gente faz uma vistoria preventiva quando tem um acontecimento que possa gerar uma situação de problema em Curitiba. Um exemplo é o que fizemos em função do incêndio no prédio do Flamengo, no Rio de Janeiro. Organizamos uma equipe e fomos fazer vistoria preventiva nos estádios de Curitiba", disse o coordenador em referência à ocorrência no alojamento do centro da categoria de base do clube carioca em fevereiro que matou 10 jovens.
Apesar do trabalho rotineiro de vistoria, o engenheiro lembra que serviços de manutenção em edificações são de responsabilidade do proprietário do imóvel ou do condomínio.
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