A Urbs (empresa que gere o sistema de transporte público em Curitiba) promete multa de R$ 108, suspensão e até o cancelamento da licença aos taxistas que aderirem à campanha Táxi Solidário, que desde sexta-feira (19) vem fazendo corridas coletivas, ao custo de R$ 5 por pessoa, no mesmo trajeto de algumas linhas de ônibus. A campanha é para pressionar o prefeito Rafael Greca (PMN) sobre a regulamentaão de aplicativos de transporte como Uber e Cabify. Apesar da ameaça da Urbs, os taxistas prometem manter as corridas coletivas por tempo indeterminado.
- Leia mais - Taxistas vão manter corridas a R$ 5 por tempo indeterminado
Segunda-feira (21), fiscais da Urbs já sondavam taxistas sobre a adesão em pontos movimentados como a Praça Rui Barbosa, no centro. A partir desta terça (22), a fiscalização deve aumentar nos pontos que fazem parte da campanha, como terminais de ônibus e pontos do comércio. Os trajetos das corridas coletivas são similares a de cinco de linhas de ônibus Praça Rui Barbosa – Vila Sandra, Praça Generoso Marques – Terminal de Santa Felicidade, Praça Santos Andrade – Jardim Social e Tarumã, Praça Rui Barbosa – Terminal Centenário e Praça Generoso Marques – Orleans e São Brás.
Cerca de 120 taxistas se reuniram no estacionamento do Parque Barigui na noite de segunda para debater a continuidade do protesto. Eles reclamam que a prefeitura virou as costas para os motoristas do transporte público em detrimento aos aplicativos como Uber e Cabify.
“Não vamos nos intimidar, vamos trabalhar. Precisam nos chamar para falar sobre a mobilidade urbana, porque a prefeitura deu muito apoio aos aplicativos que vieram e esqueceu a classe dos taxistas”, reclamou Arildo Gomes, um dos organizadores do movimento. O taxista classifica a ação como dumping, prática comercial da redução de preços abaixo do valor de mercado para eliminar a concorrência.
Segundo Paulo Toledo, outra liderança do protesto, a procura de passageiros pela campanha tem aumentado, o que pode dar sobrevida para o trabalho dos taxistas. Segundo ele, o custo por quilômetro rodado do táxi é bem superior ao dos aplicativos, em torno de R$ 0,36 - o valor máximo cobrado dos aplicativos é de R$ 0,08, quando a distância for de zero a 5 km, segundo decreto assinado pelo prefeito Rafael Greca (PMN).
A Urbs afirma que desde o início do ano mantém diálogo permanente com os taxistas e já efetivou uma série de reivindicações da categoria. De acordo com a administração municipal, entre as solicitações estava justamente a regulamentação dos aplicativos de transporte individual, como Uber e Cabify.
Em maio, o prefeito Rafael Greca (PMN) assinou um decreto que acabou com a taxa de bagagem e também com a cobrança pelo trecho de deslocamento do veículo até o embarque do passageiro. A medida previa “aumento da concorrência”. Outra novidade editada no mesmo mês foi o parcelamento da taxa anual da outorga paga ao município para exercer a atividade de táxi.
Ainda em maio, a prefeitura lançou uma campanha publicitária para incentivar o uso do táxi. Perdeu o ônibus? Vá de táxi. Rápido, seguro, fácil e na hora que você precisa e Tomou uma béra? Vá de Táxi fizeram parte da iniciativa. Os cartazes foram espalhados por 700 pontos da cidade.
Os taxistas, por outro lado, afirmam que são fiscalizados diariamente pela Urbs e que os aplicativos não são alvos de olhar mais atento. A categoria também afirma que o parcelamento da outorga foi uma “obrigação” da prefeitura, uma vez que o faturamento da categoria caiu mais de 50% nos últimos anos.
Reunião
A União dos Taxistas de Curitiba (UTC) protocolou nesta segunda (21) um pedido de reunião com o secretário de Finanças, Vitor Puppi, e o secretário de Trânsito, Guilherme Rangel. “Estamos passando por uma situação muito complicada e precisamos urgente estabelecer um diálogo com o responsável pelo decreto para que algumas coisas sejam revistas. A manifestação Táxi Solidário, que começou na última sexta feira (18), criada por taxistas e apoiada por nossa Associação, demonstra bem o estado que o taxista se encontra, isso é preocupante e pode trazer problemas para outras classes profissionais”, afirma Eduardo Fernandes, presidente da entidade.
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