A rebelião de cerca de 600 presos da Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) chega a seu terceiro dia neste sábado (11). Segundo informações do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), no fim da tarde de sexta-feira (10), a equipe da Polícia Militar que comanda as negociações para o fim do motim interrompeu as conversas com os presos, já que não houve sinalização de que os detentos cumpririam o acordo de liberar os dois agentes reféns. A negociação será retomada na manhã de sábado, a partir das 6 horas.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) não confirma a interrupção. A administração da PEC cortou água, luz e alimentação dos internos.
Após confirmar duas mortes de detentos, o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) voltou atrás e confirmou apenas um óbito. A segunda morte, segundo a Sesp, não pode ser confirmado já que as forças policiais não tem acesso ao interior do presídio e não podem verificar a existência da possível vítima. A confirmação, de acordo com a pasta, se dará após o fim do motim.
A rebelião começou na tarde de quinta-feira, por volta das 15h30, quando alguns detentos que estavam no solário acessaram a área do telhado da penitenciária. Foram feitos três reféns, um agente penitenciário e dois agentes de cadeia. Um deles foi liberado ainda na quinta, e encaminhado para o Pronto Socorro municipal de Cascavel em estado grave. O agente não corre risco de morte.
Os outros dois agentes reféns do motim seguem encarcerados, mas não estão feridos. De acordo com a Polícia Militar, durante as negociações os dois eram mostrados constantemente pelos presos, como prova de sua integridade física. Além do funcionário ferido, outros dois detentos também tiveram que ser atendidos pelo Samu, com ferimentos graves. Eles também não correm risco de morte.
O comando de negociação da PM revela que as principais reclamações dos presos são em relação a alimentação e ao trato com as visitas. Os detentos pedem também transferência de presos, apesar de a PEC não estar superlotada – são 1.160 vagas e somente 900 pessoas estavam detidas no local.
Para o diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo, a principal hipótese para a rebelião é uma briga entre facções, e justificou a retirada dos 270 presos da unidade, durante a madrugada desta sexta, por não serem pertencentes a nenhuma das duas gangues.
Problemas em carceragens
Na quarta-feira (8), a 11.º Distrito Policial de Curitiba teve um princípio de tumulto. De acordo com a Sesp, não houve motim, apenas uma operação de conferência de rotina. Contudo, policiais do Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (Cope) precisaram ser deslocados para a unidade para atender o início da confusão. Ninguém se feriu na ação.
Nesta sexta-feira, outro princípio de rebelião precisou ser contido, desta vez na Cadeia Pública de Maringá. De acordo com informações da Polícia Civil, o tumulto foi controlado antes que qualquer confusão fosse estabelecida. Não há relatos de feridos, apesar de tiros terem sido disparados para o alto, como forma de alerta.
Com as confusões e a rebelião no sistema carcerário paranaense, o Depen suspendeu as atividades em todas as unidades prisionais do estado. Com a medida, visitas de familiares, transferências, atendimentos médicos de rotina, além de outros serviços considerados não essenciais, estão suspensos. Apenas o serviço de alimentação será mantido regularmente.
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